Sobre as relações de autoridade e poder na docência: Contextos (des)autorizados pela formação / On relations of authority and power in teaching: context (un) authorized by the formation

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/08/2011

RESUMO

Respaldado pela relação entre educação, cultura e sociedade, este trabalho propõe uma reflexão dialética sobre a concepção histórica do conceito de autoridade na interface com o potencial formativo do trabalho docente. Para tanto, consideraram-se aspectos históricos, sociais, políticos, culturais e econômicos, tendo como base contribuições que fundamentam ideais de formação desde os antigos povos gregos à educação moderna. A pesquisa bibliográfica foi realizada à luz da teoria crítica frankfurtiana, considerando, sobretudo, textos de Adorno, Marcuse, Horkheimer e de outros autores como Áries, Aristóteles, Cambi, Coêlho, Duarte, Hobsbawn, Jaeger, Manacorda, Marx, Morgado, Ponce, Reale e Antiseri e Zanolla. Parte-se do pressuposto de que os fundamentos do conhecimento lançaram suas bases para se compreender o transcurso histórico do significado cultural do conceito de autoridade e formação. Uma vez que esse transcurso é caracterizado pelos novos redimensionamentos tecnológicos, que visam o desenvolvimento social em todas as suas nuances, a produção cultural tornou-se temática para a educação e a formação do professor correspondeu a processos de produção simbólica, no sentido de implementar a lógica do consumismo. Isso possibilitou uma razão idealista ao mesmo tempo positivista na construção da sociedade contemporânea, o que fez com que se acirrasse o potencial ideológico sobre a práxis social e sua relação com os processos formativos no trabalho do professor. Reconhecer a autoridade como dominação que positiviza a prática e a teoria significa não apenas considerar as contradições sociais como desmistificar a ideia de uma práxis idealizada, fato que a impede de se constituir verdadeiramente. A formação teórica e a prática docente, respaldadas por uma identidade social abstrata de sentido, comprometem a liberdade e a autonomia, daí a importância de voltar-se para uma reflexão que denuncie a indigência da experiência filosófica e a ausência do reconhecimento das contradições da própria educação, a partir de bases epistemológicas não conciliadas às ideias universais, aparentemente harmônicas. Na conciliação idealizada entre teoria e prática, o conhecimento se adapta aos objetivos da realidade social administrada e arrisca fortalecer uma noção de autoridade regida pela dominação, distanciando a educação do pensamento crítico. Nesse contexto, esta pesquisa denuncia que a relação entre autoridade e formação é permeada pela negação de suas contradições históricas, levando a uma educação irrefletida, que tende a privilegiar uma formação instrumentalizada, justificada tecnologicamente pela implantação de uma indústria cultural dirigida aos setores da formação, sobretudo à escola, seus currículos e teorias. O objetivo de suscitar essa discussão não esgota as possibilidades de ampliar a reflexão, mas, sim, de enfrentar as contradições inerentes ao objeto no sentido de subsidiar uma educação verdadeiramente emancipada e humana.

ASSUNTO(S)

educação docência conhecimento autoridade teoria crítica formação educacao education teaching knowledge authority critical theory training

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