Saúde auditiva de crianças com hipotireoidismo congênito

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O hipotireoidismo é um distúrbio metabólico do hormônio da tireóide, sendo este hormônio essencial para a maturação e o funcionamento de diversos órgãos e sistemas do organismo, dentre eles o sistema auditivo periférico e central. A audição é uma das principais vias pela qual o ser humano interage com a sociedade, desempenhando papel fundamental na aquisição e no desenvolvimento da fala e da linguagem. Avaliar a audição de crianças com hipotireoidismo congênito (HC). É um estudo descritivo e transversal, de abordagem quantitativa, no qual foram avaliadas 46 crianças, sendo que 30 crianças com HC em tratamento com levotiroxina e 16 crianças constituindo o grupo controle (GC) sem tal alteração. Todas as crianças realizaram avaliação auditiva, sendo esta dividida em exames objetivos e subjetivos. Os exames objetivos (imitanciometria e audiometria de tronco encefálico) foram realizados em todas as crianças e os exames subjetivos (avaliação infantil comportamental, audiometria com reforço visual e audiometria tonal condicionada) foram selecionados de acordo com a faixa etária da criança. As crianças do GC foram submetidas a dosagem de TSH e T4 livre. A dosagem de TSH e T4 livre, o início e o acompanhamento do tratamento para o HC foi analisado através do estudo de prontuários. O gênero feminino predominou nas crianças com HC e do GC sendo 23 (76,7%) e 9 (56,3%) crianças respectivamente. A faixa etária das crianças com HC foi de 3 meses à 8 anos e das crianças do GC foi de 4 meses à 5,6 anos. O início do tratamento das crianças com HC ocorreu em média de 135,43 325,58 dias. Na audiometria de tronco encefálico foi observada uma diferença estatisticamente significante em relação a latência absoluta das ondas III e V e das latências de interpicos I-III e III-V, estando aumentadas nas crianças até 18 meses de idade com HC e controle inadequado de TSH e T4 livre, sem alteração no limiar auditivo. Os demais exames auditivos encontram-se dentro do padrão de normalidade, não havendo diferença estatisticamente significante entre os grupos. As crianças com HC avaliadas não apresentaram alteração do limiar auditivo; na audiometria de tronco encefálico observou-se um aumento da latência absoluta das ondas III e V e das latências de interpicos I-III e III-V das crianças até 18 meses de idade com HC e controle inadequado de TSH e T4 livre. As crianças com HC realizaram o primeiro exame auditivo tardiamente, a média de idade foi de 2,2anos e a média de tempo para o início do tratamento para o HG foi de 4,5 meses, o que pode ter contribuído para ausência de alteração do limiar auditivo na avaliação audiológica.

ASSUNTO(S)

saude coletiva crianÇas - distÚrbios da audiÇÃo - dissertaÇÕes

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