Qualidade de vida dos internos de medicina de uma universidade do nordeste. / quality of life of the internal ones of medicine of a university of the northeast.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/12/2009

RESUMO

O ensino de habilidades de tornar um encontro mÃdico-paciente efetivo envolve aspectos subjetivos e culturais. Buscamos, entÃo, problematizÃ-los à luz da promoÃÃo em saÃde. Os objetivos foram: aferir a qualidade de vida dos internos do Curso de Medicina da Universidade Federal do CearÃ/Sobral, com enfoque no desenvolvimento pessoal; avaliar a qualidade de vida dos internos por meio do WHOQOL â Bref; descrever como elaboram os sentimentos advindos do contato com os enfermos, avaliando a repercussÃo na promoÃÃo da saÃde dos internos. Trata-se de pesquisa com abordagem quanti-qualitativa. A coleta de dados aconteceu por meio do WHOQOL â Bref e entrevista. Para a anÃlise dos dados quantitativos, utilizamos o software SPSS versÃo 16.0, com enfoque na estatÃstica descritiva. Adotamos as linhas narrativas com vistas a organizar os dados qualitativos. Enquanto o universo foi de 77 alunos, a amostra quantitativa foi de 50 alunos e, destes, 13 foram entrevistados. Procedemos à anÃlise tomando como referencial teÃrico o conceito de identidade relacionado à cidadania para entender o papel do mÃdico que està sendo construÃdo, quanto à relaÃÃo mÃdico-paciente, usando o conceito de self-awareness, ambos articulados Ãs estratÃgias de enfrentamento/modelo de resiliÃncia. Sobre os resultados do WHOQOL â Bref, quanto à percepÃÃo da qualidade de vida (QV) geral, 48 % referiram ser boa e 30% nem ruim, nem boa. A maior mÃdia foi à relativa ao domÃnio fÃsico (63,93), seguida do domÃnio psicolÃgico (62,42), social (62,00) e a mais desfavorÃvel foi a ambiental (60,86). Na abordagem qualitativa, identificamos oito categorias: 1.perfil do paciente considerado difÃcil pelo interno; 2.modo de interaÃÃo, papel do interno; 3.facilidades e dificuldades; 4.rede de apoio/suporte; 5.planos para o futuro; 6.comunicaÃÃo; 7.solidariedade e 8.religiosidade. Dos pacientes, os mais difÃceis sÃo aqueles que lembram pessoas queridas, os terminais, os reinvidicantes, os idosos com muitas comorbidades, os que chegam graves por terem sido mal conduzidos. A investigaÃÃo permitiu perceber existirem fatores emocionais â sentimentos de raiva, tristeza, frustraÃÃo e abandono. Sinais de estresse que devem ser reconhecidos e manejados para evitar burnout. Nas falas hà queixas sobre a qualidade do ensino, a falta de preceptores, residentes âmedÃocresâ, especialistas âdesinteressadosâ, enfermagem âimpessoalâ, num ambiente que dispensa pouca atenÃÃo Ãs âdores fÃsicas e emocionais dos pacientesâ. Outra dificuldade à em relaÃÃo aos extremos de vida, cujas alternativas sÃo problemÃticas. As atitudes diante dos estressores vÃo desde evitar envolvimento emocional, acreditar que na pediatria o ato à mais pedagÃgico que mÃdico, se frustrar pelo que poderia ter sido e nÃo foi realizado em termos de conduta. Contudo, hà satisfaÃÃo de ser aceito pelo paciente com quem desenvolveu um vÃnculo. Diante dos pacientes que se recusam a seguir as orientaÃÃes revelam impasses daquilo que ele encara como a Ãtica mÃdica em aÃÃo. Os suportes principais sÃo os colegas internos, os exemplos familiares e a opiniÃo de âalguÃm de foraâ. A qualidade do ensino e o abuso moral sÃo percebidos por quase todos como as maiores fontes de estresse da tarefa assistencial. à preciso identificar os sinais de estresse precocemente, bem como criar espaÃos onde seja possÃvel valorizar a empatia e estimular a reflexÃo sobre os impasses Ãticos como forma de prevenir burnout nessa populaÃÃo.

ASSUNTO(S)

enfermagem qualidade de vida estudantes de medicina educaÃÃo mÃdica quality of life students of medicine medical education

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