Qual a abordagem inicial de um paciente com leucopenia?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Antiarrítmicos

Tocainida, procainamida, propranolol, quinidina

Antibióticos

Cloranfenicol, penicilinas, sulfonamidas, rifampicina, vancomicina, isoniazida, nitrofurantoína, ganciclovir

Antimaláricos

Dapsona, quinina, pirimetamina

Anticonvulsivantes

Fenitoína, etossuximida, carbamazepina

Hipoglicemiantes

Clorpropamida

Anti-histamínicos

Cimetidina, bronfeniramina

Anti-hipertensivos

Metildopa, captopril

Anti-inflamatórios

Fenilbutazona, sais de ouro, ibuprofeno, indometacina

Antitireoidianos

Propiltiouracil, metimazol

Diuréticos

Acetazolamida, hidroclorotiazida, clortalidona

Fenotiazinas

Clorpromazina, proclorperazina

Imunossupressores

Antimetabólicos

Agentes citotóxicos

Quimioterápicos

Outros agentes

Interferon recombinante, alopurinol, etanol, levamisol, penicilamina, zidovudina, estreptoquinase, carbamazepina, clozapina.

Anormalidades na produção de linfócitos

Desnutrição proteico-calórica.

Radiação

Agentes imunossupressores

Corticoesteroides

Ciclosporina

Infecções virais

Doença de Hodgkin

Mieloma múltiplo

Infecções granulomatosas disseminadas (micobacteriose, micose sistêmica)

Quimioterapia citotóxica

Alterações na circulação dos linfócitos

Infecção bacteriana/fúngica aguda

Cirurgia

Trauma

Hemorragia

Corticoesteroides

Infecção viral

Infecções granulomatosas disseminadas (micobacteriose, micose sistêmica)

Doença de Hodgkin

Destruição ou perda de linfócitos

Infecção viral (HIV, síndrome respiratória aguda grave)

Destruição de linfócitos mediada por anticorpos (Lupus Eritematoso Sistêmico)

Enteropatia perdedora de proteína

Insuficiência cardíaca congestiva

Drenagem ou ruptura de ducto torácico

Circulação extra-corpórea

Doença do enxerto-versus-hospedeiro

Os leucócitos, ou glóbulos brancos, protegem o corpo de infecções e participam em muitos tipos de resposta imunológica e inflamatória. Existem dois tipos principais de leucócitos: os linfócitos, que são responsáveis pela produção de anticorpos e pela imunidade celular, e os fagócitos, que fagocitam e destroem os micro-organismos.

Neutrófilos, monócitos, macrófagos e eosinófilos são todos fagócitos. Os leucócitos interagem entre si e modulam respostas imunológicas pela liberação de citocinas, enzimas e substâncias vasoativas.

Em adultos, a contagem normal de leucócitos varia entre 5.000 e 10.000/mm³. Um nível de leucócitos abaixo de 4.500/mm³ é conhecido como leucopenia. Quando ocorre leucopenia, o primeiro passo mais importante é determinar qual tipo de célula está diminuído – os neutrófilos (neutropenia) ou os linfócitos (linfopenia).

A neutropenia existe quando a contagem periférica de neutrófilos é menor que 2.000/mm³. Defeitos de produção da medula óssea são responsáveis pela maior parte dos casos de neutropenia, que, nessa situação, sempre é acompanhada de alterações na contagem de hemácias e plaquetas.

Alterações na medula podem ocorrer como consequência de uma variedade de doenças, mas a lesão induzida por fármacos é a mais comum.

A lista abaixo contém algumas drogas que causam neutropenia:

A radiação pode resultar em lesão de medula óssea aguda, autolimitada, ou em falência medular crônica. A lesão crônica induzida por radiação, assim como a toxicidade por benzeno, podem resultar no desenvolvimento de mielodisplasia e de leucemia não-linfocítica, que podem ser acompanhadas de neutropenia.

A falência medular pode ser imunomediada por auto-anticorpos em pacientes com doenças reumatológicas ou autoimunes, que tipicamente apresentam-se com neutropenia isolada.

A invasão medular por células neoplásicas, como nos cânceres de pulmão, mama, próstata e estômago, pode acarretar também neutropenia. Pacientes com deficiência de ácido fólico ou vitamina B12 apresentam numerosos precursores de granulócitos anormais, que não conseguem se maturar e transformar-se em neutrófilos.

A neutropenia também pode ser causada por alterações na periferia sanguínea. Infecções sistêmicas mobilizam neutrófilos circulantes e causam uma pseudoneutropenia, que se resolve quando a infecção é tratada adequadamente ou cura espontaneamente. Um artefato laboratorial pode ser visto pelo acúmulo de neutrófilos induzido pelo EDTA, o anticoagulante utilizado no tubo de coleta do hemograma, o que pode ser eliminado pela adição de canamicina na amostra.

Clinicamente, a neutropenia pode ocorrer como manifestação de uma ampla variedade de doenças sistêmicas, cujas manifestações costumam dominar o quadro clínico. Muitos pacientes neutropênicos permanecem assintomáticos, principalmente aqueles cuja contagem de neutrófilos é superior a 1.000/mm³ e aqueles cuja duração é aguda ou breve.

Quando ocorrem sintomas, eles geralmente resultam de infecções bacterianas. O risco de infecções bacterianas aumenta levemente quando o nível de neutrófilos cai abaixo de 1.000/mm³, mas é substancialmente mais alto quando a contagem é menor que 500/mm³.

Assim, na abordagem diagnóstica da neutropenia, é importante avaliar:

A linfopenia é definida como uma contagem de linfócitos abaixo de 1.500/mm³, sendo grave quando abaixo de 700/mm³. Pode resultar de anormalidades na produção de linfócitos, na circulação deles, ou na sua perda e destruição. A lista a seguir descreve algumas causas de linfopenia.

A causa mais comum de redução na produção de linfócitos no mundo é a desnutrição proteico-calórica. As alterações imunológicas resultantes da desnutrição contribuem para a alta incidência de infecções em populações mal-nutridas.

A radiação e agentes imunossupressores também inibem a produção de linfócitos. Existe também uma série de estados de imunodeficiência congênitos. Alguns vírus são capazes de induzir linfopenia por infectar linfócitos, como o do sarampo, o da pólio, da varicela e o HIV.

A redistribuição circulatória dos linfócitos é comum e geralmente representa respostas transitórias a uma variedade de eventos estressores, como infecções bacterianas, cirurgia, trauma e hemorragia.

Essas respostas são provavelmente mediadas por altos níveis de corticoides endógenos que induzem a queda nos linfócitos circulantes. Em pacientes hospitalizados com linfopenia, as principais causas são infecção, cirurgia e corticoterapia.

Dessa forma, todos os fatores acima devem ser considerados ao se avaliar paciente com linfopenia.

 

ASSUNTO(S)

cuidados primários de saúde médico b04 sinais/sintomas do sangue leucocitopenia d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais prevenção e controle do câncer

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