O orgulho como laboratório para a ciência da natureza humana de Hume

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Nessa dissertação, defendo que Hume, ao discutir o orgulho no Livro 2 do Tratado da Natureza Humana, quer mostrar a aplicabilidade e, consequentemente, a boa qualidade de sua ciência da natureza humana como forma de explicar de maneira simples e geral os fenômenos humanos. Ele havia formulado, bem no início do Livro 2, a hipótese de que o orgulho e as demais paixões indiretas surgem na mente humana como resultado de uma dupla relação, sendo uma entre impressões e a outra entre ideias. A relação entre ideias envolve a ideia da causa do orgulho e a ideia de eu, que é o objeto do orgulho. A relação entre impressões envolve uma impressão de prazer produzida pela causa do orgulho e a própria paixão orgulho (a qual Hume afirmara tratarse de uma impressão de reflexão violenta indireta agradável que tem o eu como objeto). Defendo que, ao examinar o orgulho no Livro 2, Hume não tem em mente chegar a uma definição de orgulho através de correções feitas a definições dadas por filósofos anteriores. Ao tomar essa paixão como parâmetro para as demais paixões indiretas, ele tem em mente, essencialmente, comprovar sua hipótese da dupla relação, de impressões e de ideias, envolvendo as paixões e suas causas, trazendo assim credibilidade à sua ciência da natureza humana, a qual foi pensada como um aprimoramento da então chamada filosofia moral até alcançar o nível a que a filosofia natural havia chegado com as formulações simples e gerais de Newton.

ASSUNTO(S)

hume, david, 1711-1776. filosofia teses. orgulho e vaidade teses.

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