Inclusão escolar: equívocos e insistência - uma história de reis, príncipes, monstros, castelos, cachorros, leões, meninos e meninas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/05/2012

RESUMO

A exigência de inclusão escolar de alunos com deficiência mental que presenciamos em nossos dias tem causado grande celeuma para todos os atores envolvidos, tanto os alunos e seus familiares, quanto os educadores das escolas comuns e profissionais das instituições especializadas. Esta pesquisa se propõe a abordar esse tema contemplando o diagnóstico e a definição dessa deficiência. Nós nos deparamos, ao longo de nosso percurso, com o pesado legado dos estudos e pesquisas científicos a esse respeito, os quais se caracterizam pela profunda discriminação que historicamente acompanhou essa deficiência, assim como com as dificuldades que o ser humano tem em lidar com ela. Como efeito, os estudos e as soluções que a sociedade moderna encontrou no intuito de atender seus ideais normativos tiveram características segregativas. Dessa forma, as ações especializadas foram dirigidas a um público diagnosticado com uma deficiência associada a uma patologia orgânica e incurável. Somado a esse fato, a deficiência mental foi aos poucos se configurando como um déficit no desenvolvimento infantil e intelectual, o que fez com que ela se tornasse durante muito tempo monopólio das ciências comportamentais e organicistas. A psicanálise, ao se debruçar sobre o tema, introduziu a questão do sujeito, o que desencadeou uma verdadeira subversão na abordagem da deficiência, possibilitando introduzir o sujeito do inconsciente numa clínica impregnada de conceitos comportamentais. Diante deste fato, contemplamos a abordagem psicanalítica sobre a inibição e a debilidade para avançar nesse estudo, com a intenção de ir além da compreensão de um simples déficit cognitivo para essa deficiência. Assim, dedicamos um capítulo ao estudo da debilidade - como o sujeito, na posição débil, constrói seus laços sociais e como se situa perante as instâncias do simbólico, imaginário e real. A análise da contemporaneidade nos foi necessária para podermos entender o mundo em que vivemos e o lugar ocupado pelo atual movimento de inclusão. Constatamos que vivemos num momento em que está se dando uma verdadeira virada antropológica, na qual vem se transformando tanto a vida social, quanto, segundo alguns autores, a própria economia psíquica. Nossa época se caracteriza pelo enfraquecimento do Grande Outro, pela perda de legitimidade da figura paterna, o que evidentemente tem consequências sobre o sujeito; não por acaso, a debilidade tem se ampliado neste contexto. As instituições especializadas criadas para instituir a segregação têm, em nossa contemporaneidade, a possibilidade de inverter este processo participando da legenda da inclusão e possibilitando uma saída da posição débil para o sujeito. No entanto, esta possibilidade se apresenta com a condição de que aceitem se transformar e desenvolver ações que contemplem as questões subjetivas, libertando-se dos ideais normativos e homogeneizadores. O último capítulo se debruça sobre as instituições escolares e especializadas nos eixos da educação, da mestria e do ensino, reiterando nosso ponto de vista de que a inclusão se dá na medida em que se consegue a inclusão do sujeito em todas essas funções de uma instituição

ASSUNTO(S)

mental disability debility special institution ciencias sociais aplicadas deficiência mental debilidade inibição contemporaneidade inclusão escolar instituição especial psicanálise inhibition contemporaneity school inclusion

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