Estudo comparativo da cicatrização de gastrorrafias com e sem o uso do extrato de Jatropha gossypiifolia L. (pião roxo) em ratos
AUTOR(ES)
Vale, José de Ribamar, Czeczko, Nicolau Gregori, Aquino, José Ulcijara, Ribas-Filho, Jurandir Marcondes, Bettega, Luciano, Vasconcelos, Paulo Roberto Leitão de, Correa Neto, Mario Adolfo, Nassif, Paulo Afonso Nunes, Mazza, Marcelo, Henriques, Gilberto Simeone
FONTE
Acta Cirurgica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
INTRODUÇÃO:A cicatrização do trato gastrintestinal é de grande importância na história da cirurgia, buscando-se tipos de fios e pontos apropriados e os diversos fatores que a influenciam. O uso de fitoterápicos como aceleradores da cicatrização tem sido feito por muitos anos sendo objetivo atual de pesquisas para a comprovação científica dessas propriedades terapêuticas. OBJETIVO: Avaliar o uso do extrato bruto de Jatropha gossypiifolia L. na cicatrização de gastrorrafias em ratos. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos Wistar, machos, divididos em dois grupos de 20, denominados de grupos controle e Jatropha. Dez animais de cada grupo foram mortos no 3º dia pós-operatório e denominados subgrupos controle e Jatropha do 3º dia e os 10 restantes de cada grupo foram mortos no 7º dia com a mesma denominação do 7º dia. Em cada animal foi realizado gastrotomia e gastrorrafia em plano único com fio polipropileno 6-0 (Prolene®, Ethicon). Os animais do grupo Jatropha receberam dose única de 200mg/Kg do extrato bruto de Jatropha gossypiifolia L via intraperitoneal no dia do procedimento e os do grupo controle a mesma quantidade em mililitros de solução salina (cloreto de sódio à 0,9%). Foram avaliados os seguintes parâmetros: 1) alterações macroscópicas; 2) a resistência à insuflação de ar atmosférico (pressão de ruptura) da sutura; 3) características histológicas. RESULTADOS: Não houve morte dos animais na evolução clínica, ocorrendo boa cicatrização da parede abdominal, com ausência de sinais de infecção, deiscência, abscessos ou peritonites. A cicatrização da superfície serosa foi considerada boa em todos os animais, não ocorrendo fístulas, porém, as aderências intra-peritoneais ocorreram em sete ratos do subgrupo controle e nove do subgrupo Jatropha do 3º dia pós-operatório e em nove do subgrupo controle e oito do subgrupo Jatropha do 7º dia, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. A cicatrização da superfície mucosa foi classificada como boa em todos os animais. A resistência das gastrorrafias à insuflação de ar atmosférico demonstrou aumento estatisticamente significante da pressão de ruptura no grupo Jatropha do 3º dia de observação. A avaliação histológica demonstrou diferenças estatisticamente significantes, quanto aos critérios, reação inflamatória aguda menor e coaptação das bordas maior no subgrupo Jatropha do 7º dia pós-operatório em relação ao grupo controle do mesmo período. CONCLUSÃO: O extrato bruto de Jatropha gossypiifolia L. favorece a cicatrização no 3º dia pós-operatório em relação à maior resistência das gastrorrafias à pressão de ruptura, e no 7º dia com melhor coaptação das bordas e reduzindo reação inflamatória aguda à microscopia.
ASSUNTO(S)
ratos jatropha gossypiifolia l cicatrização de feridas insuflação
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