Deve-se extrapolar o tratamento de bronquiectasias em pacientes com fibrose cística para aqueles com bronquiectasias de outras etiologias?

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Pneumologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-08

RESUMO

OBJETIVO: Conhecer o perfil de pacientes adultos com bronquiectasias, comparando portadores de fibrose cística (FC) com aqueles com bronquiectasias de outra etiologia, a fim de determinar se é racional extrapolar terapêuticas instituídas em fibrocísticos para aqueles com bronquiectasias de outras etiologias. MÉTODOS: Análise retrospectiva dos prontuários de 87 pacientes adultos com diagnóstico de bronquiectasia em acompanhamento em nosso serviço. Pacientes com doença secundária a infecção por tuberculose corrente ou no passado foram excluídos. Foram avaliados dados clínicos, funcionais e terapêuticos dos pacientes. RESULTADOS: Dos 87 pacientes com bronquiectasias, 38 (43,7%) tinham diagnóstico confirmado de FC através de dosagem de sódio e cloro no suor ou análise genética, enquanto 49 (56,3%) apresentavam a doença por outra etiologia, 34 (39,0%) desses com bronquiectasia idiopática. Os pacientes com FC apresentavam média de idade ao diagnóstico mais baixa (14,2 vs. 24,2 anos; p < 0,05). A prevalência de sintomas (tosse, expectoração, hemoptise e sibilância) foi semelhante entre os grupos. A colonização por Pseudomonas aeruginosa e a por Staphylococcus aureus foram mais comuns nos pacientes com FC (82,4 vs. 29,7% e 64,7 vs. 5,4%, respectivamente). CONCLUSÕES: As causas e as manifestações clínicas das bronquiectasias são heterogêneas, sendo importante a identificação dessas diferenças na abordagem do paciente. Reconhecer estas diferenças é crucial para o desenvolvimento de novas estratégias para o manejo de pacientes com bronquiectasias.

ASSUNTO(S)

fibrose cística bronquiectasia bronquiectasia testes de função respiratória

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