Avaliação da suscetibilidade de hifas e conídios de fungos demáceos frente aos antifúngicos anfotericina B, itraconazol e voriconazol e terbinafina, e a última em combinação com os demais antifúngicos / Evaluation of susceptibility of hyphae and conidia of dematiaceous molds to antifungal agent amphotericin B, itraconazole and voriconazole and terbinafine, and last in combination with the other antifungal agents

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/02/2011

RESUMO

Nos últimos anos, os fungos demáceos têm sido intensamente reconhecidos como importantes patógenos, principalmente em pacientes imunocomprometidos, sendo reportadas como patogênicas mais de 100 espécies de 60 diferentes gêneros. O tratamento das infecções causadas por estes fungos é difícil, bastante demorado e algumas vezes sem sucesso, portanto, se fazem necessários mais estudos sobre a suscetibilidade destes patógenos a antifúngicos in vitro. Alguns autores têm demonstrado a excelente eficácia in vivo da terbinafina, em combinação com outros antifúngicos, para o tratamento destas infecções, porém são poucos os que avaliam seu efeito in vitro isoladamente, e menos ainda os relatos sobre associação desta com outros antifúngicos. A maioria dos trabalhos utiliza apenas o inóculo com conídios, que não é a principal morfologia do fungo encontrada no paciente. A realização de testes utilizando hifas poderia mimetizar as características do fungo no tecido infectado, demonstrando melhor o potencial terapêutico do antifúngico. Existem poucos relatos na literatura sobre avaliação dinâmica de crescimento de fungos, e nenhum deles realizado com fungos demáceos. Partindo deste princípio, foi investigada neste estudo a suscetibilidade in vitro de conídios e hifas fungos demáceos dos gêneros Alternaria, Bipolaris, Cladophialophora, Curvularia, Exophiala e Fonsecaea frente a anfotericina B, itraconazol e voriconazol e terbinafina, e esta última em combinação com os demais antifúngicos através da metodologia do tabuleiro de xadrez e avaliação dinâmica de crescimento. Quando avaliados isoladamente, o voriconazol foi o antifúngico mais ativo, seguido de itraconazol, terbinafina e anfotericina B, utilizando conídios. Quando foi feita a associação, os resultados indicaram 100% de sinergismo nas interações entre terbinafina e voriconazol, 96,5% de sinergismo entre anfotericina B e terbinafina e 75,9% de sinergismo entre terbinafina e itraconazol. Nenhum caso de antagonismo foi observado. Voriconazol e itraconazol demonstraram maior atividade frente a hifas dos isolados avaliados, seguidos de terbinafina e anfotericina B. Os isolados de C. bantiana e F. pedrosoi demonstraram altos valores de CIM frente a anfotericina B. Os valores de CIM obtidos para as hifas foram menores que os dos conídios, chegando a duas ou quatro diluições abaixo do valor da CIM. Os resultados demonstraram 100% de sinergismo entre a terbinafina e os azólicos ou a anfotericina quando utilizadas hifas no sistema BCT. Concluindo, os resultados obtidos neste trabalho sugerem que a forma de hifas dos isolados avaliados é mais suscetível que a de conídios frente aos antifúngicos avaliados tanto isoladamente, como em associação.

ASSUNTO(S)

fungos teste de suscetibilidade antifúngicos molds susceptibility tests antifungal

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