Viver e morrer em São Paulo: a vida, as doenças e a morte na cidade do século XIX
AUTOR(ES)
Luís Soares de Camargo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo a análise das relações que se construíram na sociedade paulistana do século XIX tendo em vista a presença constante das doenças e da morte. Fonte de tensões e de arranjos, rica em elaborações que se forjaram no intuito de elucidá-la, a morte será tratada enquanto parte de uma intrincada rede social vivenciada numa cidade em constante transformação. Anotada a sua maior incidência entre crianças, mulheres, pobres e escravos, coube investigar as possíveis razões para isso, bem como utilizar as quantificações apuradas como base para a elaboração de tabelas que permitiram estabelecer a expectativa de vida dos paulistanos em meados do século XIX. Estas, por sua vez, não estarão aqui inseridas apenas enquanto demonstração senão, também, como fonte para outras análises. A morte, portanto, torna-se o objeto de uma história complexa, por vezes ambígua, até porque, como constatamos, ela é uma das várias etapas de um processo que, iniciado através do contato com a doença, não se esgota com o fim da vida, posto que resta ainda um corpo, daí por diante também transformado em fonte de conflitos e apropriações diversas. Numa interface com a cidade, com seus problemas e costumes, essas complexas relações somente se tornam inteligíveis e passíveis de serem desvendadas quando consideradas no bojo de uma sociedade hierarquizada, submetida a diversas esferas de poder e com elas interagindo. Nesse sentido, a doença e a morte estarão aqui sendo consideradas enquanto fenômenos sociais, objetos passíveis de reflexão histórica, até porque elas não ocorreram apartadas do seu tempo, do seu espaço ou dos indivíduos que as vivenciaram
ASSUNTO(S)
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ACESSO AO ARTIGO
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