Variabilidade climática aumenta a morbimortalidade associada ao material particulado
AUTOR(ES)
Rodrigues, Poliany Cristiny de Oliveira, Pinheiro, Samya de Lara, Junger, Washington, Ignotti, Eliane, Hacon, Sandra de Souza
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
05/10/2017
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Analisar se o material particulado fino (PM2,5), bem como seu efeito sinérgico com a temperatura máxima, a umidade e as estações do ano estão associados à morbimortalidade por doenças cardiovasculares. MÉTODOS Estudo ecológico de séries temporais. Foram utilizados como desfechos os registros diários de óbito e internação em adultos com 45 anos ou mais de idade para os anos de 2009 a 2011 nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil. Utilizou-se regressão de Poisson via modelos aditivos generalizados, assumindo-se um nível de significância de 5%. O modelo foi controlado para tendência temporal, sazonalidade, temperatura média, umidade e efeitos de calendário. Concentrações diárias de PM2,5 (material particulado com diâmetro aerodinâmico inferior a 2,5 micrômetros) foram obtidas por meio da conversão dos valores da espessura ótica de aerossóis. Temperatura máxima, umidade e estações do ano foram incluídas separadamente ao modelo como variáveis indicadoras para análise do efeito sinérgico do PM2,5 com a morbimortalidade por doenças cardiovasculares. Foi calculado o aumento percentual de risco relativo (%RR) dos óbitos e internações para o aumento linear de 10 μg/m3 de PM2,5. RESULTADOS Entre 2009 e 2011, o aumento de PM2,5 foi associado a um %RR 2,28 (IC95% 0,53–4,06) para internações no mesmo dia de exposição e %RR 3,57 (IC95% 0,82–6,38) para óbitos com uma defasagem de três dias. Em dias quentes, observou-se %RR 4,90 (IC95% -0,61–9,38) para óbitos. Não foi observada modificação de efeito do PM2,5 pela temperatura máxima relacionada as internações. Em dias com baixa umidade, o %RR foi 5,35 (IC95% -0,20–11,22) para óbitos e 2,71 (IC95% -0,39–5,92) para internações. Na estação seca, o %RR foi 2,35 (IC95% 0,59–4,15) para internações e 3,43 (IC95% 0,58–6,35) para óbitos. CONCLUSÕES O PM2,5 está associado à morbimortalidade por doenças cardiovasculares e seus efeitos podem ser potencializados pelo calor, pela baixa umidade e durante a estação seca.
ASSUNTO(S)
material particulado, efeitos adversos poluentes do ar doenças cardiovasculares, epidemiologia fatores de risco estações do ano estudos ecológicos estudos de séries temporais
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