Uso do escore de propensão na análise de custo-efetividade com utilização seletiva de stents farmacológicos e não-farmacológicos
AUTOR(ES)
Ferreira, Esmeralci, Araújo, Denizar Vianna, Azevedo, Vitor Manuel Pereira, Ferreira Jr., Alcides, Junqueira, Camillo de Lellis Carneiro, Amorim, Bernardo, Quintella, Edgar Freitas, Rodrigues, Cyro Vargues, Farias Neto, Antonio, Albuquerque, Denilson Campos de
FONTE
Rev. Bras. Cardiol. Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-03
RESUMO
INTRODUÇÃO: Os estudos sobre a razão de custo-efetividade dos stents farmacológicos (SFs) são escassos. Nosso objetivo foi avaliar os resultados e comparar os custos (razão custo-efetividade incremental - RCEI) por reestenose evitada entre SFs e stents não-farmacológicos (SNFs) utilizando o escore de propensão. MÉTODOS: Incluímos na análise 220 pacientes tratados consecutivamente, dos quais 111 com SFs e 109 com SNFs. O escore de propensão foi usado para ajustar o efeito da intervenção por meio de pareamento, estratificação e ponderação. RESULTADOS: Predominaram pacientes do sexo masculino (67,7% vs. 66,9%; P = 0,53), com média de idade de 65,9 anos. Pacientes tratados com SFs apresentaram maior frequência de diabetes (54% vs. 17,4%; P < 0,001) e doença triarterial (18,9% vs. 10,1%; P = 0,029) e pior função ventricular (54,1% vs. 22%; P < 0,0001). O diâmetro dos stents foi de 2,76 ± 0,35 mm vs. 2,91 ± 0,47 mm (P = 0,006) e a soma do comprimento dos stents foi de 37,6 ± 23 mm vs. 24,8 ± 15,8 mm (P < 0,0001). Reestenose ocorreu em 6,3% vs. 12,8% dos pacientes (P = 0,099) e em 4,1% vs. 9,8% das lesões (P = 0,048). Houve incremento de custo de R$ 9.590,00 e a RCEI foi de R$ 147.538,00 por reestenose evitada (acima do limiar da Organização Mundial da Saúde). Entretanto, utilizando o escore de propensão, as variáveis que melhor classificaram os pacientes para SFs e apresentam RCEI máxima de R$ 4.776,96 foram idade > 72 anos, diabetes e lesões com diâmetro < 3,2 mm e comprimento > 18 mm. CONCLUSÕES: Apesar de os SFs não terem sido custo-efetivos na população em geral, o escore de propensão demonstrou que em idosos, diabéticos e pacientes com lesões longas ou vasos de fino calibre o uso de SFs foi custo-efetivo.
ASSUNTO(S)
doença das coronárias stents farmacológicos análise custo-benefício
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