Unidade de terapia intensiva : discutindo o inquestionavel. Um estudo descritivo das atitudes reais e ideais de medicos que atuam em URI s, relacionadas a principios de Bioetica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Um questionário foi enviado a todos os médicos que atuam em Unidades de Terapia Intensiva em 16 (dezesseis) hospitais do município de Campinas (SP), numa amostra de conveniência. O instrumento foi composto por 21 questões fechadas, além de 04 questões abertas, procurando identificar as atitudes destes profissionais, em sua prática diária de trabalho, referentes aos seguintes aspectos: critérios de admissão, utilização de técnicas de suporte avançado de vida, decisão sobre cuidados terminais e consentimento informado de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva, sendo estabelecido um paralelo entre as atitudes consideradas ideais e as atitudes efetivamente adotadas por estes profissionais em sua prática diária, procurando verificar a existência de uma relação de coincidência, ou não, entre elas. Verificou-se que não há uma relação de concordância excelente em nenhum dos cruzamentos realizados entre as variáveis "real" e ideal", sendo boa em sete deles e ruim em outros sete; estas relações foram estudadas pelo coeficiente Kappa. Pesquisaram-se opiniões sobre conceitos bioéticos em sua prática de trabalho e a inserção de discussões a respeito destes temas em seu processo de formação acadêmica, além de sua opinião a respeito da possível atuação de um consultor de ética médica em sua prática de trabalho. Houve unanimidade, em 100 % dos sujeitos pesquisados, a respeito da necessidade da inserção de maiores discussões a respeito de temas relacionados à ética e bioética no processo de formação acadêmica nesta área do conhecimento. Elaboram-se questões sobre o conhecimento destes profissionais a respeito da legislação brasileira referentes às práticas médicas em Terapia Intensiva concluindo-se que 58,5% afirmam conhecer plenamente esta legislação e para 76 % o medo da punição legal é uma preocupação constante. Foram, ainda, coletados dados relativos às atitudes que os médicos que atuam em UTI esperam sejam adotadas para si mesmos, em caso de suas próprias internações numa destas Unidades, sendo que 66 % dizem que somente deveriam ser admitidos se tivessem chances reais de sobrevida e com uma qualidade de vida, posterior à internação, significativa para ele. Foram examinadas as principais dificuldades encontradas por estes profissionais no exercício de seu trabalho (sendo apontada a política nacional de saúde em 80 % dos resultados, seguida pela falta de pessoal de apoio técnico qualificado em 62,5 %), além de seu conceito a respeito de "qualidade de vida", que inclui obrigatoriamente um bom nível de independência financeira para 83,5% dos casos, seguida do nível de autonomia para tomada de decisões para 83 % dos pesquisados. Pesquisaram-se sentimentos e/ou percepções no exercício de sua atividade profissional em UTI sendo apontados com percentuais elevados sentimentos positivos como realização profissional e aprovação social. Questionaram-se, ainda, os graus de satisfação pessoal e profissional verificando-se um índice entre 7 a 8 pontos (numa escala de O a 10) para 66% dos sujeitos no que se refere à satisfação pessoal e o mesmo índice para 62 % na categoria profissional. Finalmente, por meio de questões abertas, foram examinadas as relações percebidas entre suas condições de trabalho e sua dinâmica de vida familiar, pessoal e social, sua motivação para escolha desta área de atuação profissional (UTI), além de seu conceito sobre "Deus" e sua opinião sobre o que ocorre após a morte, tendo-se categorizado e tabulado os dados quantitativamente

ASSUNTO(S)

bioetica saude mental

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