Um estudo sobre as especificidades dos/as educandos/as nas propostas pedagógicas de educação de jovens e adultos-EJA: tudo junto e misturado

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Tornou-se comum no meio educacional afirmar que as propostas pedagógicas de EJA são organizadas para atender às necessidades básicas de aprendizagens dos/as jovens e adultos/as e para acolher as especificidades educativas de seu público. O presente trabalho buscou descrever e analisar, por meio de observações, análise documental e entrevistas, se os/as educandos/as são, de fato, reconhecidos/as nas propostas pedagógicas de estabelecimentos de EJA, localizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (um municipal, um estadual e outro do Sistema FIEMG). Foram selecionados treze atores: sete educandos/as e seis educadores/as, escolhidos/as em função de suas participações em contextos sociais e envolvimento nas atividades e práticas escolares. Indagou-se aos/as educandos/as se eles se reconhecem nessas propostas e como os outros elementos constitutivos das suas identidades são tratados pelos estabelecimentos de ensino. Os dados empíricos coletados revelaram que o currículo da EJA, na maioria das vezes, silencia temáticas como o racismo, o sexismo e a homofobia, além de não atentar para as relações estabelecidas entre os jovens e adultos pobres, trabalhadores e moradores da periferia. Num primeiro momento, é apresentada a inserção do pesquisador na área da EJA e também uma visão panorâmica dessa modalidade educativa. Além disso, delineia-se o percurso metodológico. O capítulo dois é uma tentativa de se pensar como se processa o jogo das diferenças no contexto da EJA. Descrevem-se e analisam-se quatro especificidades dos/as educandos/as (gênero, sexualidades, as relações étnico-raciais e a dimensão religiosa). No momento seguinte, tomam-se como objeto de análise outras especificidades dos sujeitos da EJA (periferia, pobreza, desigualdade e vulnerabilidade social, mundo do trabalho e diversidade etária e geracional) que se articulam com as necessidades básicas de aprendizagem do público, mas que nem sempre são colocadas em evidência nas propostas pedagógicas das escolas. No capítulo quatro, são abordados os princípios que embasam as propostas de EJA, bem como os pontos divergentes e comuns nessas propostas: as adequações de tempo, espaço, organização curricular e avaliação, além do ponto de vista dos/as educandos/as sobre essas propostas de EJA. Nas considerações finais, depois de retomar fundamentos e princípios que sustentam o campo da EJA, procura-se colocar em evidência as especificidades dos sujeitos, pontos que nem sempre são abordados nas propostas analisadas.

ASSUNTO(S)

educação de adultos teses currículo escolar teses educação teses

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