Time, temporalities and rithms in public elementary schools in São Paulo: heritages and negotiations (1846-1890). / Tempo, temporalidades e ritmos nas escolas primárias públicas em São Paulo: heranças e negociações (1846-1890).

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta tese, que se insere na área de História e Historiografia da Educação, busca compreender os processos de construção do tempo das escolas primárias em São Paulo, entre os anos de 1846 e 1890, num momento em que os sistemas públicos primários de ensino emergiam no âmbito mundial. Particularmente, procura-se entender como as discussões que antecedem a criação das escolas graduadas (1893), corroboram o delineamento de um tempo próprio da escola. As fontes da legislação, dos relatórios de inspeção e dos professores além de outras fontes manuscritas como mapas de freqüência, livros de matrícula, circulares, ofícios, encontrados no Arquivo do Estado trazem elementos significativos acerca do que se entendia quanto a tempo escolar, quais as categorias que se faziam presentes, os desafios da construção de um tempo próprio da escola num momento em que a escola primária ainda não era considerada como responsável ou legítima para educar as crianças. Os conceitos de estratégias (Certeau), representações e apropriações (Chartier) sustentam o exame das fontes. Este trabalho evidencia a transição de um tempo da infância regulado por outras referências sociais para um tempo regulado também pela escola. Embora comporte diversas possibilidades analíticas, a expressão "estudo sobre o tempo das escolas públicas primárias" designa o conjunto de medidas e discussões tanto administrativo-organizacionais referentes ao calendário (dias letivos ou não, interrupções das aulas, feriados, férias, matrícula, exames); aos marcos como a idade e os horários e a quantidade de horas de permanência na escola; e à organização do tempo didático (Chevallard e Mercier). O que se chama de tempo didático integra a duração do ensino primário, a definição e ordenação dos conteúdos a serem desenvolvidos com as crianças, os modos de ensinar e aprender e o emprego do tempo. É visível, a partir de meados do século XIX, que cada um desses elementos da estrutura temporal da escola vai sendo arquitetado para integrar pouco a pouco uma temporalidade identitária da instituição escolar. Nesse processo, instalaram-se novos tempos para os professores, para os alunos, mas também para a sociedade em geral, e, de modo particular, para as famílias que tinham crianças nas escolas primárias. Ao situar-se num momento histórico que antecede o que há alguns anos foi consagrado pela literatura tradicional de História da Educação como o "período áureo da educação brasileira", de modo particular os anos 1890 e 1920, este estudo colabora com as discussões já iniciadas sobre a construção das escolas públicas primárias em São Paulo, mediante a ênfase no aspecto temporal.

ASSUNTO(S)

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