Sepultamento na cidade de São Paulo: 1800/1858

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

No dia 15 de agosto de 1858, dava-se por aberto o Cemitério da Consolação em São Paulo. Primeiro cemitério público extra-muros da cidade, sua construção foi tema de um intenso e aguerrido debate desde os primeiros anos do século XIX, no bojo de uma discussão onde claramente se percebem projetos e ações que pretendiam uma "medicalização" da vida urbana. A "bem da salubridade pública", tem início uma verdadeira caça a tudo o que pudesse produzir o que na época era considerado a maior causa de doenças, os "miasmas pestilentos". Urgia portanto reorganizar, não só o espaço urbano, como também a vida e os costumes dos habitantes, posto que o olhar médico havia detectado que a cidade, como um todo, estava "doente". Uma das frentes de atuação eleita pelos médicos como a mais . importante, deu-se através de uma crítica feroz à maneira pela qual se costumava dar sepultamento aos corpos. Até então, os enterros comumente se realizavam no interior dos templos católicos e eram entendidos pela população como um dos meios mais seguros para garantir a salvação da alma. Eleito, de um lado, como um "imenso foco de infecção" e visto, de outro, como um caminho seguro para a vida eterna no paraíso, estavam os sepultamentos religiosos colocados em debate. Por quase três séculos, desde a fundação da cidade, tal costume não havia sido questionado, mas agora era identificado pelos médicos como um "bárbaro costume" a ser extirpado da sociedade. Essa dissertação tem a intenção de recuperar esse debate ocorrido na comunidade paulistana, tentando trazer o significado dos enterros nas igrejas para uma população essencialmente católica e, ao mesmo tempo, a ação da medicina nessas primeiras décadas do século XIX, que, é claro, não se fez de forma neutra

ASSUNTO(S)

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