Representações sociais do consumo de carne em Belo Horizonte

AUTOR(ES)
FONTE

Physis: Revista de Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

O presente estudo objetivou identificar as representações sociais do consumo de carne em Belo Horizonte, MG, adotando-se a metodologia qualitativa. Foram feitas entrevistas semiestruturadas com 34 frequentadores do Mercado Central de Belo Horizonte, as quais foram analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo. Verificou-se que, majoritariamente, o gosto pela carne é representado como uma construção cultural e que ela ocupa o papel central das refeições, servindo, inclusive, de elemento para coesão social. O hábito de abstinência da carne no período da Quaresma mostrou-se esvaziado do significado original, perpetuando-se como simples tradição ou norma católica. Observou-se que a carne vermelha em várias ocasiões tem a ela atribuída, exclusivamente, o significado de "carne". Quanto à saúde, houve grande diversidade de representações, sendo o consumo de carne representado como saudável ou não saudável dependendo da circunstância. Igualmente, quando em evidência seu preço, ela transitava de item necessário para opcional. A carne foi fortemente identificada como fonte de proteína e a carne branca considerada mais saudável que a vermelha. A de porco foi representada como gordurosa e potencial transmissora de doenças. As representações sociais do consumo da carne, em geral, mostraram-se independentes das representações dos animais de produção. Espera-se dos profissionais de saúde a consideração da complexidade e importância do fator cultural do consumo da carne para não correrem o risco de suas ações serem pautadas num tecnicismo reducionista. Os resultados obtidos também podem ser úteis tanto para a indústria da carne quanto para defensores do seu não consumo.

ASSUNTO(S)

consumo de carne representações sociais pesquisa qualitativa

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