Quantificação de biomassa e ciclagem de nutrientes em áreas de vegetação de caatinga no município de Floresta, Pernambuco
AUTOR(ES)
Allyson Rocha Alves
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/07/2011
RESUMO
O desenvolvimento e a auto-sustentabilidade de florestas nativas tropicais sobre o solo, geralmente de baixa fertilidade, sempre questionaram os pesquisadores que perceberam, ali, um sistema altamente complexo, com suas bases apoiadas na ciclagem de nutrientes e na diversidade florística. Neste contexto e se buscando entender melhor as relações entre a vegetação florestal e a serapilheira em dois remanescentes de Caatinga no sertão de Pernambuco objetivou-se neste trabalho estimar a biomassa da parte aérea das espécies de maior valor de importância; determinar os teores de nutrientes minerais nos componentes da parte aérea das espécies de maior valor de importância e avaliar a eficiência no uso de nutrientes; a exportação de nutrientes pela colheita da biomassa acima do solo na floresta; estoque de serapilheira de diferentes espécies arbóreas nativas; quantidade de nutrientes devolvidos para o solo da floresta através da serapilheira. A pesquisa foi realizada na fazenda Itapemirim no município de Floresta-PE, onde foram utilizadas duas áreas de vegetação de caatinga dentro da fazenda apresentando características bem distintas, uma em estágio de regeneração (área 1) e outra preservada (área 2). Na amostragem foi feito um inventário inicial lançando-se 40 parcelas de 400m2 em cada área, tendo como nível de inclusão CAP ≥ 6,0 cm. Para análise da biomassa as cinco espécies de maior valor de importância (VI) de cada área foram divididas em cinco classes de circunferência, a escolha dos indivíduos foi de forma aleatória e cada planta escolhida teve medido sua circunferência a altura do peito e na base, área de projeção da copa, altura total e altura comercial. No processo de pesagem e amostragem dos componentes da parte aérea as árvores escolhidas foram derrubadas e em seguida foram pesados todos seus componentes e retirado uma amostra entorno de 100g para realização das análises químicas. Na estimativa do estoque de serapilheira nas áreas foram feitas coletas no período seco e no período chuvoso, utilizando-se de um molde vazado de 0,5 m lançado aleatoriamente dentro de cada parcela. Os solos das áreas foram caracterizados físico e quimicamente utilizando amostras de solo na profundidade de 0-20,0 cm no centro de cada área. Nesse estudo observou-se que o levantamento inicial nas duas áreas a Poincianella bracteosa e a Mimosa ophtalmocentra foram às espécies com maior número de indivíduos, no estudo da biomassa total acima do solo foi estimado valores de 13,2 t ha-1 na área 1 e 29,6 t ha-1 na área 2, e que o componente galho foi o de maior contribuição na biomassa total, no teor de nutrientes encontrados na biomassa total nas duas áreas seguiu uma mesma sequência: N >Ca >K >Mg >P >S, sendo o N o nutriente mais acumulado no componente folha, e o Ca nos componentes lenhosos em ambas as áreas, já os nutrientes que apresentaram as maiores eficiência de utilização nas plantas estudadas em ambas as áreas foram o S e P. No estudo do estoque de serapilheira a área 2 apresentou maior acúmulo de serapilheira do que a área 1, e com relação as estações, no período seco a fração folha foi maior e no período chuvoso a fração galho foi mais representante em ambas as áreas, os teores de nutrientes na serapilheira diferiram entre as estações, no período seco a sequência foi a seguinte: N >Ca>S >K >Mg >P, e no período chuvoso foi N >Ca >K >S >P >Mg. Com isso, pode-se concluir que o nível de degradação em que uma área se encontra pode influenciar diretamente na produção de biomassa, na deposição, estoque e decomposição de serapilheira e consecutivamente na ciclagem de nutrientes, fazendo com que esse ambiente demore mais para se recuperar.
ASSUNTO(S)
biomassa nutriente manejo florestal engenharia florestal ciências agrárias biomass nutrient forest management
ACESSO AO ARTIGO
http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1238Documentos Relacionados
- Estrutura do componente arbustivo-arbóreo da vegetação em duas áreas de caatinga, no município de Floresta, Pernambuco
- Polinização por beija-flores em uma área de caatinga no Município de Floresta, Pernambuco, Nordeste do Brasil
- Diversidade e densidade de espécies vegetais da caatinga com diferentes graus de degradação no município de Floresta, Pernambuco, Brasil
- Diagnóstico ambiental do município de Floresta, Pernambuco.
- Estrutura de vegetação de caatinga no município de Iguaraci, Pernambuco.