Quantificação da função esfincteriana pela medida da capacidade de sustentação da pressão de contração voluntaria do canal anal
AUTOR(ES)
Luiz Henrique Cury Saad
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002
RESUMO
Verificou-se que pacientes incontinentes submetidos à manometria anorretal podem apresentar pressão média de repouso e pressão máxima de contração voluntária dentro da faixa de normalidade. À partir da constatação de que as medidas de pressão média de repouso e pressão máxima de contração voluntária (PMCV) esfincteriana não refletem a real situação clínica do paciente, levantou-se a hipótese de a capacidade de sustentação da pressão de contração (CS) seria uma medida mais correta para a avaliação da continência fecal, no que diz respeito à função de contração esfincteriana. Foram incluídos no estudo 72 pacientes portadores de incontinência fecal em graus variados, desde escapes ocasionais de fezes e de gases até incontinência franca à fezes sólidas, e 15 indivíduos normais, escolhidos, aleatoriamente, entre os pacientes encaminhados devido à outras queixas ou situações, como: proctalgia, prurido anal, pré-operatório de reconstrução de trânsito intestinal e pré-operatório de cirurgia de coluna lombossacra. Todos os indivíduos normais não apresentavam queixas de incontinência fecal de qualquer grau. Os pacientes incontinentes e os indivíduos normais foram submetidos à manometria anorretal onde foram analisados os seguintes parâmetros: pressão média de repouso (PMR), pressão máxima de contração voluntária (PMCV), capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária (CS) . Entre os pacientes incontinentes, 39(54%) apresentaram níveis normais de PMCV e 33(46%) PMCV abaixo do normal; e todos os indivíduos normais apresentaram PMCV em nível normal. Em relação a CS, verificou-se que 56(78%) dos pacientes incontinentes apresentaram capacidade inadequada. A medida da PMCV apresentou excelente especificidade (100%), porém, baixa sensibilidade (46%) para incontinência fecal. Comparativamente, a medida da CS apresentou alta especificidade (93%) e alta sensibilidade (78%) para incontinência fecal. Além disso, a medida da PMCV não indicou falso positivo (PF+ = 0), mas, em compensação, apresentou 72% de falso negativo. A probabilidade deste fato ocorrer com a medida da CS foi, praticamente, 20% menor, valor estatisticamente significante. Concluindo, a medida da CS é um bom indicativo da função esfincteriana do canal anal em relação à continência fecal
ASSUNTO(S)
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