Prevalência de sífilis, conhecimentos e fatores comportamentais em jovens do Exercito Brasileiro, Brasil 2007
AUTOR(ES)
Denis Ribeiro
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/07/2010
RESUMO
Os objetivos deste estudo foram determinar a prevalência de sífilis (positividade do teste treponêmico) por região geográfica, descrever conhecimentos e fatores comportamentais relacionados às DST, em conscritos do Brasil. Foi realizado um estudo transversal com os conscritos que se apresentaram para seleção nas Forças Armadas do Brasil, no ano de 2007. Os jovens responderam a um questionário autoaplicável contendo informações sociodemográficas, sobre prática sexual, uso de preservativo, ocorrência de sinais e sintomas de DST e coletaram amostra de sangue para realização de teste treponêmico para sífilis. Um total de 35.460 conscritos responderam ao questionário e, destes, 75,5% já havia mantido relação sexual. A prevalência de sífilis foi 0,53% (IC95% 0,45%-0,61%) e por região geográfica: Norte (0,85%), Nordeste (0,82%), sendo quase o dobro da região Centro-Oeste (0,49%) e, mais que o dobro das regiões Sudeste (0,34%) e Sul (0,26%). Foram associadas com a sífilis: ter 17 anos de idade [OR=1,3 (IC95% 1,05-1,73)], ensino fundamental [OR=1,5 (IC95% 1,03- 2,22)], morar nas regiões norte/nordeste [OR=1,2 (IC95% 1,04-1,36)], relatar história de DST [OR=2,7 (IC95% 1,03-6,99)], ser HSH [OR=4,5 (IC95% 2,59-7,81)], e relato de antecedente de úlcera genital [OR=2,6 (IC95% 1,59-4,26)]. As variáveis associadas a menor escolaridade (até oito anos de estudo) foram: ter 19 ou 20 anos [OR= 1,2 (IC95%: 1,18-1,32)], afirmações errôneas sobre a transmissão de DST, tais como: ingestão de alimento contaminado [OR= 2,2 (IC95%: 1,96-2,55)], tomar banho em rios/praias [OR= 1,5 (IC95%: 1,27-1,88)], picada de mosquitos [OR= 1,5 (IC95%: 1,38-1,65)] e, início de atividade sexual antes dos 14 anos de idade [OR= 1,4 (IC95%: 1,33-1,55)]. As variáveis com associação negativa foram: autodeclarado branco [OR= 0,9 (IC95%: 0,82-0,91)], 10 afirmações corretas sobre a transmissão das DST, tais como: compartilhamento de seringas e agulhas [OR= 0,7 (IC95%: 0,62-0,78)], transmissão da mãe para o filho, no parto e na amamentação [OR= 0,6 (IC95%: 0,58-0,69)], uso de preservativo na última relação sexual [OR= 0,8 (IC95%: 0,71-0,85)], autodeclarado HSH [OR= 0,7 (IC95%: 0,60-0,92)], e reconhecimento do não uso do preservativo como aumento do risco de transmissão [OR= 0,4 (IC 95%: 0,37-0,51)]. Os programas educativos sobre DST devem ser dinâmicos e abrangentes, envolvendo adolescentes, pais e educadores, pois o conhecimento isolado das formas de transmissão das DST não é suficiente para plena proteção dos jovens.
ASSUNTO(S)
doencas infecciosas e parasitarias syphilis jovens homens doenças sexualmente transmissíveis youth men sexually transmitted diseases knowledge behavior comportamento conhecimento sífilis
Documentos Relacionados
- Fatores de risco para sífilis, em mulheres jovens, atendidas pelo programa de saúde da família em Vitória (ES), Brasil
- Prevalência de HIV, sífilis, hepatites B e C entre adultos com transtornos mentais: um estudo multicêntrico no Brasil
- Estratégias anticoloniais: sífilis, raça e identidade nacional no Brasil do entre-guerras
- Associação de conhecimento sobre DST e grau de escolaridade entre conscritos em alistamento ao Exército Brasileiro. Brasil, 2007
- Analise de correspondencia entre fatores socioeconomicos e antropometria em conscritos do exercito brasileiro