Práticas inclusivas na escola: o que os alunos têm a dizer sobre isso?

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta Dissertação, vinculada à linha de pesquisa Processos e Métodos Pedagógico-Didáticos do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Regional de Blumenau (FURB), SC, apresenta uma pesquisa realizada com o objetivo de compreender as práticas de inclusão escolar por meio dos dizeres dos professores, dos colegas e da aluna cega com espectro de autismo de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Blumenau, SC. A pesquisa, de natureza qualitativa, teve como sujeitos 19 alunos sem deficiência, uma aluna cega com espectro de autismo, todos da 5 série do Ensino Fundamental, e 7 professores da referida turma. A coleta de dados ocorreu de agosto a novembro de 2007, utilizando como instrumento a entrevista semi-estruturada. A análise dos dados, feita à luz das Leis e Documentos que guiam a Inclusão Escolar e dos estudos, sobretudo, de Mittler (2003), Stainback e Stainback (1999), Vygotsky (1997), Schaffner e Buswell (1999), Mantoan (2006a,b), Baptista (2007) e Beyer (2006a,b), enfocou as seguintes categorias: sentidos de inclusão escolar; convivência e amizade; inclusão e exclusão; práticas inclusivas em sala de aula; e diversidade e diferença. Os resultados obtidos foram: a) os professores possuem uma concepção fragmentada sobre inclusão escolar, apresentando, em seus dizeres, aspectos que convergem para o conceito de inclusão, não possuindo, entretanto, uma concepção clara e completa; b) o primeiro contato dos alunos sem deficiência com a aluna cega com espectro de autismo causou certa estranheza, porém o fato de se permitirem a aproximação com essas diferenças e a convivência com esta diversidade in locus possibilitou que os mesmos se conhecessem melhor; c) para os alunos, o primeiro passo para a inclusão é a oportunidade dada pelo meio, por intermédio das relações sociais que são construídas em sala de aula, e que a pessoa a ser incluída também tem um papel a desempenhar no processo de inclusão (precisa se interessar e fazer a parte dela); d) os alunos consideram importante olhar as potencialidades das pessoas, e não somente a sua deficiência, e) os professores consideraram que a convivência dos alunos há mais tempo com a aluna cega com espectro de autismo promoveu uma relação mais próxima entre eles e que isso facilitou a compreensão das necessidades da aluna em sala de aula, bem como do suporte técnico e instrumentos específicos (Braille); f) parte dos professores transfere aos alunos a responsabilidade de contribuir com a inclusão da aluna cega com espectro de autismo; g) os alunos consideram relevante a participação efetiva do professor no desenvolvimento da aprendizagem da aluna cega com espectro de autismo, sugerindo que o professor se aproxime da mesma; h) os alunos mostraram-se mediadores do conhecimento, o que, de forma indireta, descaracteriza os professores como centro do conhecimento, apresentando ações em que os atos de ensinar e aprender não têm papéis fixos; i) a diferença pode ser construída negativamente por meio da exclusão daquelas pessoas definidas como outros ou consideradas como fonte da diversidade e vistas como enriquecedora. A pesquisa mostrou, ainda, que as relações de aproximação com a diversidade e a convivência entre alunos com e sem deficiência podem contribuir para as práticas inclusivas em sala de aula e como apoio para estratégias pedagógicas desenvolvidas pelo professor

ASSUNTO(S)

educação inclusiva; inclusão em educação inclusão escolar inclusive practices práticas inclusivas inclusion school teachers educacao alunos students professores

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