Pobre Guaíba, quem te vê, quem te viu : a degradação ambiental das praias de Porto Alegre, na passagem dos anos 1960 para os 1970
AUTOR(ES)
Prestes, Antonio João Dias
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Porto Alegre, embora distante mais de cem quilômetros da orla oceânica, já foi uma cidade de praia. O problema de pesquisa histórica a ser abordado neste TCC é o de levantar e avaliar as percepções e os impactos da degradação ambiental do Guaíba, com a perda das condições de balneabilidade de suas praias, no início dos anos 1970, bem como as iniciativas governamentais no sentido de enfrentar esta situação. Estas praias, embora intensamente utilizadas, não eram vistas pelos porto-alegrenses como algo de valor social significativo, sendo representadas nas fontes escritas, quase sempre, apenas como um substituto mais próximo e mais em conta do que as praias de mar. As elites sociais de Porto Alegre não foram capazes de se apropriar da orla do rio e de suas praias como um elemento da identidade urbana da capital, e estas já sofriam um processo de abandono antes mesmo do agravamento da poluição pelos esgotos não tratados. E a necessidade de sua interdição, a partir de 1973, não foi percebida como um problema grave, salvo por alguns segmentos, como o movimento ambientalista. A perda das praias do Guaíba, pela poluição, não significa, portanto, o fim de uma “era dourada” destruída pelo “progresso”, mas um sintoma do desequilíbrio ambiental, fruto de um determinado modo de vida, socialmente constituído. Somente a percepção de seus efeitos sobre o meio ambiente e sobre a qualidade de vida é que pode levar a um ponto de inflexão, na busca por um desenvolvimento mais equilibrado, que não leve à exaustão dos recursos naturais. Mas a memória de quando as praias do Guaíba eram desfrutadas pelos porto-alegrenses já foi bastante afetada pela demora no processo de sua recuperação.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/21326Documentos Relacionados
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