Para além do cinema: o cineclubismo de Belo Horizonte (1947-1964)
AUTOR(ES)
Geovano Moreira Chaves
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O cineclubismo de Belo Horizonte, surgido em meados do século passado, corresponde a espaços de importantes conexões existentes entre estética e política via cinema, sobretudo por ter desempenhado um importante papel no que tange à produção e difusão de teorias, críticas, linguagens e escolas cinematográficas até então consolidadas. Tal situação fez do cineclubismo de Belo Horizonte da época um dos mais importantes pólos difusores de críticas e teorias, e também de recepção da cinematografia internacional no Brasil. Os cineclubes CEC (Centro de Estudos Cinematográficos) e CCBH (Clube de Cinema de Belo Horizonte) foram os que mais se destacaram, devido à existência de um conjunto coerente de elementos políticos e estéticos que, ao se relacionarem, permitiram a definição de identidades aos indivíduos e às coletividades que frequentavam aqueles espaços, seja via catolicismo em sua vertente mais conservadora, seja na postura de defesa dos ideários comunistas e até mesmo existencialistas. Levamos em conta a circulação das vanguardas e produções cinematográficas, mapeando os posicionamentos de ideários políticos associados a linguagens estéticas, assim como alguns momentos de recepção e interpretação dos filmes no interior dos cineclubes pela crítica especializada, com a intenção de descortinar e compreender historicamente o sentido que estes cineclubistas pretenderam atribuir ao cinema. Na capital mineira de meados do século passado, o movimento cineclubista desempenhou, também, um importante papel no que tange à reflexão política e estética acerca dos acontecimentos de repercussão nacional naquele contexto. Tal propagação se manifestava principalmente nas revistas produzidas por estes cineclubes, que traziam o cinema associado a várias temáticas. Determinar o significado que o cinema deveria ter diante do público e da crítica especializada foi também a intenção destes cineclubistas, que aliavam estética cinematográfica a posicionamentos políticos e morais, atribuindo sentidos e identidades aos frequentadores daqueles espaços, inclusive por meio de propostas de educação cinematográfica, cada um ao seu modo, levando em consideração suas concepções e visões em comum de passado, presente e futuro, como forma de sustentarem suas argumentações e projetos de acordo com seus respectivos engajamentos.
ASSUNTO(S)
história teses. cinema história teses.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/VGRO-8D8P35Documentos Relacionados
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