O uso da terra na atividade florestal : estudo comparativo dos indicadores socioeconômicos no Rio Grande do Sul

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Discussões que englobam as mudanças no uso da terra e preocupações de ordem econômica, social e ambiental são fundamentais para fortalecer o desenvolvimento regional ao longo do tempo. A importância do setor florestal e a conscientização da sociedade com práticas e produtos florestais sustentáveis, além da crescente demanda por matéria-prima entre vários segmentos industriais de produtos madeireiros e não madeireiros, têm reforçado ainda mais o investimento em florestamento. Percebe-se que os investimentos realizados nesta atividade tendem a causar uma mudança no uso da terra, levando a um aumento de terras necessárias ao cultivo de florestas. Portanto, a justificativa desta tese apoia-se na necessidade de compreender como as mudanças no uso da terra, decorrentes da atividade florestal, afetam os indicadores socioeconômicos dos municípios do Rio Grande do Sul. Procurou-se testar a hipótese de que essas mudanças podem dinamizar as economias locais, levando inicialmente à melhoria em alguns indicadores (efeito positivo), mas que a partir de um ponto o avanço excessivo da atividade pode conduzir à falta de diversificação e consequentemente à piora dos indicadores (efeito negativo). Especificamente, buscou-se comparar os indicadores socioeconômicos nos anos em estudo; identificar os principais indicadores socioeconômicos que são influenciados pela mudança do uso da terra; e verificar a relação desse uso com os indicadores socioeconômicos no desenvolvimento regional. Metodologicamente, a pesquisa pode ser classificada como um estudo exploratório e descritivo, com análise quantitativa. Exploratório porque busca conhecer como as mudanças no uso da terra causadas pelo florestamento no RS afetam as dimensões estudadas na tese; descritivo porque procura entender a relação entre as dimensões e as mudanças no uso da terra no estado. Os dados secundários utilizados foram obtidos por meio do site da Fundação de Economia e Estatísticas/FEE, no período de março de 2008 a junho de 2008, para os anos de 1996, 2001 e 2006, uma vez que se procurou trabalhar com períodos de 5 em 5 anos. Ainda, procurou-se formar 5 grupos de municípios em relação ao uso da terra e ao florestamento. Os dados utilizados para isso foram obtidos pelo Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul do ano de 2001. O objetivo da formação dos grupos de municípios refere-se a possíveis comparações entre estes, caracterizados por diferentes intensidades de uso da terra na atividade florestal, além dos indicadores de desenvolvimento. Também foram selecionadas 18 variáveis para a pesquisa, sendo que a partir dessa seleção procurou-se agrupá-las em 6 dimensões. As técnicas estatísticas utilizadas foram: análise de freqüência, análise descritiva, média, média entre grupos, análise da variância e comparação de médias por meio do teste da diferença mínima significativa, LSD (Least Significant Difference). Portanto, conclui-se que a atividade florestal pode resultar em melhores indicadores socioeconômicos até certo ponto; no entanto, à medida que cresce muito a proporção de florestamento nos municípios, os indicadores voltam a piorar. A principal limitação da pesquisa refere-se à falta de alguns dados, não disponíveis na base de dados, visto que nem todos os municípios os tinham, pois vários deles foram emancipados após o ano de 1996. Dessa forma, ocorre uma variação no tamanho da amostra da pesquisa. Por isso, recomenda-se o uso de outros indicadores para melhor analisar os impactos causados pelo uso da terra e analisar todos os estados brasileiros, podendo fazer comparações dos resultados dos municípios de um estado com os de outros estados.

ASSUNTO(S)

desenvolvimento sustentável : indicadores land use desenvolvimento regional regional development uso da terra socioeconomic indicators indicadores socio-economicos forestry manejo florestal agronegócios

Documentos Relacionados