O obsceno que faz cena: a tragédia revelada em Hilda Hilst.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/10/2009

RESUMO

Este trabalho propõe analisar três obras especificas de Hilst, a saber: A obscena senhora D.(2001), Com os meus olhos de cão (2003) e O caderno rosa de Lóri Lamby (2005) obras consideradas como constitutivas da virada obscena de sua literatura. A partir da leitura da obra dessa escritora contemporânea e de seus protagonistas, utilizamo-nos da máxima freudiana o artista precede o psicanalista para justificar o delineamento de alguns traços do homem de nosso tempo, bem como de sua possível tragédia. Para tal fim, servimo-nos de associações surgidas ao longo da leitura do texto literário com conceitos da psicanálise freudo-lacaniana, principalmente no que tange à formulação lacaniana de real. Impôs-se ao estudo a aproximação com os trabalhos do sociólogo francês Jean Baudrillard, em suas contribuições acerca do obsceno, pois seu argumento de que o obsceno é o que, ao mostrar, impossibilita ver impedindo a relação com outrem, com a alteridade foi aqui incorporado às avessas, uma vez que verificamos que o obsceno, em Hilst, ao impossibilitar a cena, faz emergir a alteridade contemporânea, dando a ver uma nova cena. A tensão cena-obscena é trabalhada como ponto trágico constitutivo do texto da escritora, nas mais variadas roupagens que assume o obsceno ao longo das três obras, quando traremos à tona a discussão sobre a tragédia moderna, em diálogo com o ponto de vista de Raymond Williams a esse respeito.

ASSUNTO(S)

hilda hilst, 1930-2004 crítica e interpretação literatura e psicanálise literatura brasileira

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