O estado em que o sujeito encontra-se diante das perdas ou desinvestimentos objetais: uma leitura em Freud, Karl Abraham e Ferenczi

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As afecções clínicas contemporâneas nos levam a investigar as novas formas de sofrimento psíquico, ou seja, as versões que o sujeito da atualidade utiliza para evidenciar o seu mal-estar. Para tanto, tomando como base a relação entre sujeito e objeto, propostas pela psicanálise, esta dissertação tem por objetivo investigar como se estabelecem as perdas objetais em nossos dias. Assim apresentamos três tempos subjetivos: a perda, o luto e a melancolia. A perda como um momento em que o objeto desaparece do campo de investimento do sujeito, o luto quando o sujeito consegue desligar-se do objeto desinvestido, para investir em novos objetos e a melancolia onde finalmente o sujeito não realiza este desenlace e perde-se no vínculo com o objeto. Trabalhamos com a hipótese de haver um outro tempo subjetivo no qual o sujeito não estruturou um trabalho de luto e nem tampouco se apresentou como um sujeito melancólico. Estamos tratando de um momento transitório entre a perda do objeto e as respostas encontradas pelo sujeito para subjetivar suas perdas, o que denominamos de melancolização. Esta passagem subjetiva conduz ao sujeito estar em contato com as perdas estruturais do início do desenvolvimento, diferenciando-se assim de um estado psicopatológico. Deste modo, visitamos os textos freudianos que tratam sobre o tema, assim como os textos de Karl Abraham e Ferenczi, pois trazem uma infinidade de indicações sobre o assunto evidenciando conceitos fundamentais para nosso trabalho; Abraham com a introjeção, a incorporação e as etapas pré-genitais da libido e Ferenczi com seu conceito de trauma, introjeção e incorporação. Concluímos, assim, trazendo três casos clínicos: Rabinovich (1989), Ambertin (2000) e Carneiro (2006) os quais foram utilizados para ilustrar, auxiliando-nos a fazer uma interligação entre o que foi edificado teoricamente durante o trabalho e evidenciar esta passagem da melancolização como uma constatação clínica. Além do que podemos destacar que a melancolização possui traços do luto e da melancolia, além de apresentar e evidenciar que estes momentos de desinvestimento objetal lançam o sujeito em suas perdas constitutivas, para que, findado isto, o sujeito seja tomado por suas possíveis respostas subjetivas: o luto ou a melancolia.

ASSUNTO(S)

sofrimento - aspectos psicolÓgicos - dissertaÇÕes tratamento e prevencao psicologica

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