O engenho anti-moderno : a invenção do Nordeste e outras artes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1994

RESUMO

Este trabalho trata da emergência de um objeto de saber e um espaço de poder, a regiào Nordeste. Atraves de que práticas regionalizantes e de que discursos regionalistas se gestou no começo deste século a idéia de Nordeste. Como os discursos, sejam acadêmicos, sejam artisticos, foram dotando este recorte espacial de uma imagem e de um texto, uma visibilidade e uma dizibilidade, que lhe deram conteúdo e o tornaram uma poderosa arma nas lutas políticas nacionais. Como estes discursos construiram esta identidade espacial, formularam a idéia de uma cultura regional diferenciada que foi subjetivada por todos que habitam este espaço. Este trabalho busca entender como esta regiâo foi sendo reelaborada permanentemente pelos vários movimentos culturais do país, começando pelo regionalismo e tradicionalismo, no seu embate com o modernismo, até o tropicalismo, que significou a problematização mais radical desta idéia de uma cultura regional e de uma cultura nacional que o Nordeste representaria. O tropicalismo que rompeu com a formaçâo discursiva nacional-popular e o dispositivo das nacionalidades, condições fundamentais para que fosse possível a emergência do Nordeste, vai significar politicamente o próprio questionamento da função conservadora e anti-moderna que esta construção imagético-discursiva representava, a luta contra as fronteiras sejam nacionais, sejam regionais, mais este circulo de enclausuramento a que nós homens da modernidade temos que nos submeter

ASSUNTO(S)

nordeste conflitos de culturas - brasil identidade social - brasil cultura popular - brasil nordeste musica popular - brasil regionalismo - brasil nordeste nordeste nordeste

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