O biodireito na era tecno-narcisista: direito e ética

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As novas tecnologias reprodutivas trazem risco de morbidade materno-fetal, bem como de perpetuar doenças genéticas que estavam antes destinadas à extinção, modificando, inclusive, a auto-compreensão ética da espécie, de seres morais. Entretanto, a lógica do lucro, desconsiderando a dignidade da pessoa humana, princípio que fundamenta o Estado brasileiro, cria o Biomercado humano, transformando a maternidade em fábrica, homens e mulheres em cobaia e os tecno-embriões em produtos, projetados para satisfazer os pais consumidores, seduzidos pela promessa de um filho concebido segundo o seu desejo. O desejo obsessivo de filho é construído pela rede de fornecedores dos serviços de Reprodução Assistida, assumido pelo indivíduo inserido na sociedade tecno-narcisista, que adquire identidades no mercado por falta de vínculos consigo próprio, com a coletividade e com a própria espécie humana. Decisões individuais, tendo como referência estilos de vida e de personalidade produzidos pelo mercado, conectam-se e afetam a vida em dimensões planetárias, impondo-se a necessidade de uma política vida, vinculada à vida ética traçada pela Constituição de 1988, vida qualificada e orientada para a religação do indivíduo com a coletividade e com a espécie humana. O Biodireito surge também para concretizar o programa da vida ética contido na Constituição, com função reguladora ético-educativa, constituindo-se resistência à implosão do social nas massas seduzidas

ASSUNTO(S)

direito constitucional narcisistic biodireito assisted reproduction narcisismo tecnologia da reproducao humana bio law Ética bioetica reprodução assistida direito e biologia ethical

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