Nas aguas dos Itenes : um estudo semantico com a lingua more

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

A hipótese do relativismo linguístico, resultante dos estudos de Whorf, com base nas idéias de Sapir e que supõe que a linguagem determina o pensamento, se configura problemática por vários aspectos, entre eles, sua vaguidade. As intuições que as idéias de Boas, Sapir e Whorf refletem, porém, podem ser organizadas em uma hipótese mais ampla que é designada neste trabalho como hipótese da interinfluência entre linguagem, pensamento e cultura. A linguagem é considerada em sua dimensão de "língua", o pensamento como o conjunto das concepções de um povo sobre seu mundo e a cultura como o conjunto de todos os instrumentos desenvolvidos por uma comunidade para controlar a própria comunidade. Para comprovar esta hipótese, colheram-se dados da língua moré, falada pelo povo moré, uma das etnias Txapakura, povos da Amazônia. Esses dados foram contextualizados culturalmente, através da apresentação de informações sobre a história e a cultura morés, bem como de categorias nativas utilizadas por esse povo que refletem sua visão de mundo, de forma a que se pudesse entender os valores do pensamento e da cultura morés expressos em sua língua. Apresenta-se, para que se possa entender os dados da língua, uma sucinta descrição de aspectos da morfologia e da sintaxe da língua moré concluindo-se o trabalho com a análise aproximada da significação de nomes utilizados na língua. A partir da significação dos nomes morés se pode verificar de que maneira eles refletem os valores da cultura e do pensamento morés, atuando como forma de expressão e mesmo estabelecimento destes mesmos valores, de forma que a própria língua acaba por influenciar o pensamento e a cultura, em um processo cíclico

ASSUNTO(S)

lingua itene indios da america do sul - linguagem - brasil indios - linguas - semantica

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