Mudança institucional no ambiente produtivo da maçã com a adoção da produção integrada de frutas (PIF)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A produção agrícola cada vez mais é direcionada para atender às exigências dos mercados e aos aspectos legais do próprio país, na busca de maior segurança do alimento (food safety). No entanto, alterações nos padrões necessitam que toda a cadeia produtiva se altere para a sua implementação. Nesse processo, há que se mudar o conjunto de aprendizado e introduzir o novo conjunto de regras, tanto formais quanto informais. A Produção Integrada de Frutas (PIF) surgiu na Itália para diminuir problemas enfrentados na cultura da maçã pela resistência da cultura às pragas. No Brasil, foi introduzida a pedido do próprio setor produtivo da maçã para diminuir o risco de o produto nacional ser rejeitado em outros mercados, especialmente na União Europeia (UE). Assim, foi adotada como uma política pública agrícola com vista a incentivar um maior padrão de qualidade ao produto nacional. Para isso, o setor produtivo deve perceber incentivos e implementar uma série de mudanças, se adaptando ao novo padrão institucional, ou seja, às novas regras do jogo. O presente trabalho analisa a influência das instituições e organizações na adoção da Produção Integrada de Maçã (PIM), avaliando os incentivos, dificuldades, construção das regras, entre outros fatores. Para entender esse objetivo, foram feitas visitas às empresas e cooperativas produtoras que adotam ou adotaram a PIM. Colheram-se informações através de questionários estruturados e entrevistas com agentes públicos e privados que participam do processo, a fim de avaliar esses aspectos sob por várias visões. A PIM é de adoção espontânea e como estratégia buscou-se a criação de áreas experimentais para mostrar a eficiência do sistema e criação das normas em conjunto com os comitês técnicos, com a participação do setor produtivo. As empresas e cooperativas aderiram ao sistema proposto; porém as empresas, pelas exigências dos mercados em que atuam, já que podem utilizar outros sistemas de certificação, têm deixado de certificar a PIM, mas, mesmo assim, muitas vezes seguem suas recomendações. As cooperativas continuam recorrendo à certificação, pois, através dela, controlam a produção, com a padronização de produtos e processos entre os cooperados. Os processos atuais podem mudar facilmente, o que torna necessário que os diversos agentes do sistema produtivo, tanto público quanto privado, percebam as mudanças e consigam implementá-las.

ASSUNTO(S)

institutional change produção integrada de frutas agronegócios traceability certification maçã certificação da qualidade integrated fruit production (ifp) apple

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