Métodos imunoquímicos para detecção de ocratoxina A, produção de imunorreagente e aplicação em diferentes matrizes alimentares

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O monitoramento visando controle de ocratoxina (OTA) no sistema agroalimentar requer métodos analíticos eficientes, devendo-se estimular a produção de reagentes para o desenvolvimento de metodologia acessível à condição nacional. A produção de imunorreagentes específicos, associada ao desenvolvimento de ensaios imunoquímicos possibilitaria aos laboratórios de controle de qualidade o acesso a metodologias que auxiliariam na prevenção da contaminação e conseqüentemente no fornecimento de alimentos mais seguros. Assim, ELISA competitivo indireto (ic-ELISA) baseado em anticorpo monoclonal (AcM) anti-OTA.7 foi desenvolvido e seu desempenho comparado mediante cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A análise de 68 amostras de café da região Norte do Estado do Paraná (safra 2003) demonstrou confiabilidade e eficiência de ic-ELISA, sendo o coeficiente de correlação com CLAE de 0,90. OTA foi detectada em 15 amostras (22,1 %) por CLAE (0,84 a 4,70 µg/Kg) e 10 amostras (14,7 %) por ic-ELISA (3,90 a 7,30 µg/Kg), sendo a relação ELISA/CLAE de 1,1 a 1,6. Aliada à baixa contaminação natural, a OTA não foi detectada por ambos os métodos em 77,9 % (53) das amostras, demonstrando qualidade e segurança do café pertencente à safra 2003. Considerando a dificuldade ao acesso de análise avançada de resíduos tóxicos na rotina laboratorial e por outro lado, pela necessidade em minimizar a dependência de importação de kits imunoquímicos, foi introduzida a tecnologia de produção de AcM empregando hibridoma linhagem OTA.1. O cultivo celular em meio sintético e cavidade peritoneal de camundongo resultou em 387,23 mg de IgG purificada, mantendo-se 80,82 % da atividade anti-OTA. O AcM foi utilizado na confecção de coluna de imunoafinidade (CIA) baseada em sílica-hidrazida (CIA-Hz), testando-se quatro concentrações de IgG imobilizada (16,43; 19,79; 23,15 e 22,12 mg IgG/g sílica). As CIA-Hz apresentaram retenção de 8,06; 9,62; 11,24 e 10,67 ng de OTA, respectivamente, e atividade específica variando de 0,96 a 0,98. A CIA-Hz selecionada (11,24 ng de OTA/11,57 mg de IgG imobilizada) caracterizou-se por eficiência na limpeza de diferentes matrizes (arroz, milho, café) artificialmente contaminados com OTA, com recuperação média de 62,87 (arroz), 71,33 (milho) e 54,58 % (café verde). CIA-Hz apresentou eficiência entre 78,23 a 81,31 % em relação à CIA OchraTest (produto comercial), demonstrando melhor desempenho da coluna comercial. A reutilização de CIA foi avaliada após procedimento de regeneração da coluna mediante estudo de recuperação de OTA. A utilização sucessiva de CIA-Hz reduziu gradualmente a recuperação de OTA para 29,13 % (arroz), 44,90 % (milho) e 10,23 % (café), após cinco usos consecutivos. CIA OchraTest apresentou recuperação aceitável após 4 regenerações na análise de arroz e milho, com manutenção média de 94,82 % (94,47-95,17 %) e 92,95 % (92,56-93,33 %) da capacidade original da coluna, respectivamente. A eficiência de CIA-Hz em relação à CIA OchraTest foi de 78,23-81,31 % (primeiro uso), 67,41-75,16 % (segundo uso), 48,82-58,40 % (terceiro uso), 40,10-61,09 % (quarto uso) e 39,15-73,33 % (quinto uso), dependendo da matriz. De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que a CIA-Hz desenvolvida pode ser aplicada na análise de OTA, com restrição ao uso único, devendo-se prosseguir com o estudo inserindo novas condições e ensaios de padronização.

ASSUNTO(S)

alimentos - qualidade food - quality high performance liquid chromatography alimentos - indústria cromatografia líquida de alta eficiência ocratoxinas ochratoxins high performance liquid chromatography food - quality

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