Manejo da doença coronária multiarterial após angioplastia primária: reintervenção estadiada versus tratamento clínico otimizado e seguimento de 2 anos

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-04

RESUMO

Objetivo: No cenário do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST, diversos pacientes com doença coronária aterosclerótica multiarterial recebem alta hospitalar sem estratégia definida para seguimento de coronariopatia residual. Avaliamos o desfecho composto por morte cardiovascular, sintoma de angina de peito, reinternação por nova síndrome coronária aguda ou necessidade de reintervenção no seguimento de dois anos. Métodos: Estudo observacional, prospectivo, histórico, incluindo portadores de doença coronária aterosclerótica multiarterial admitidos em serviço terciário universitário com Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST submetidos à intervenção coronária percutânea primária com implante de stent apenas na lesão culpada e conduzidos ambulatorialmente conforme duas terapêuticas: Grupo Clínico - GC (terapia farmacológica otimizada associada à orientação dietética saudável e reabilitação cardiovascular) ou Grupo Intervenção - GI (nova ICP estadiada ou revascularização miocárdica cirúrgica aliada ao tratamento previamente descrito). Resultados: De 143 pacientes consecutivamente admitidos com Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST, 57 foram elegíveis para o estudo (GC=44 e GI=13). Em relação aos desfechos, o GI não diferiu do GC quanto à taxa de óbito cardiovascular. O sintoma de angina de peito e a taxa de reinternação por novo episódio de síndrome coronária aguda destacam-se no GC (P=0,020 e P=0,049; respectivamente), principalmente nos indivíduos com evidência de isquemia à cintilografia miocárdica (P<0,001 e P=0,001; respectivamente) culminando, inclusive, com maior necessidade de reintervenção (P=0,001) neste subgrupo de pacientes. Conclusão: A intervenção estadiada mostra-se segura e capaz de reduzir angina de peito e reinternação por novo episódio de síndrome coronária aguda. Além disso, diminui a probabilidade de reintervenções não planejadas em pacientes com ausência de isquemia à cintilografia miocárdica.

ASSUNTO(S)

infarto do miocárdio doença das coronárias angioplastia cintilografia mortalidade

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