Loucos (nem sempre) mansos da estância : controle e resistência no quotidiano do Centro Agrícola de Reabiblitação (Viamão/RS, 1972-1982) / Insane (not always) docile people from the farm: control and resistance in daily routines of Centro Agrícola de Reabilitação1 (Viamão/RS, 1972-1982)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A dissertação analisa o processo de institucionalização e a dinâmica interna de funcionamento do Centro Agrícola de Reabilitação, fundado em 1972 no município de Viamão/RS para atender à necessidade do Hospital Psiquiátrico São Pedro (Porto Alegre) de reduzir o número de internados. A instituição respondeu ainda a concepções da época que objetivavam um tratamento mais humano para a loucura. Assim, a singularidade do Centro pode ser percebida, entre outros apectos, na valorização da identidade cultural dos pacientes (homens oriundos do meio rural), além de privilegiar a transferência daqueles que realmente tinham afinidade com atividades agrícolas. No início da década de 1980, marco cronológico final da pesquisa, o Centro passou por uma reorientação administrativa que alterou seus objetivos iniciais. A respeito da institucionalização, procurei analisar a história pregressa das colônias agrícolas. Tal análise remeteu a pesquisa a tempos e espaços variados. Alguns envolveram uma duração mais longa, remontando, no mínimo, ao século XIX e às primeiras colônias agrícolas fundadas na Europa e, posteriormente, no Brasil. Outros dizem respeito a um período mais curto e a um deslocamento espacial mais próximo, como o da criação das duas primeiras colônias voltadas aos alienados no Rio Grande do Sul em 1917 e 1949. Por fim, busquei localizar a proposta do Centro no modelo de assistência pública à saúde na América Latina nos anos 1960 e 1970. No que se refere à dinâmica interna do Centro Agrícola de Reabilitação procurei analisar o quotidiano institucional sob a perspectiva de dois conceitos propostos por Michel de Certeau no livro “A invenção do cotidiano”: o de estratégias e o de táticas. Assim, busquei perceber a tensão entre as estratégias, que procuravam legitimar a terapêutica empregada no dia-a-dia da instituição tanto para os internos quanto para a “sociedade externa”, e as táticas de resistência daqueles que não se deixavam homogeneizar.

ASSUNTO(S)

loucura viamão (rs) colônia agrícola porto alegre (rs) centro agrícola de reabilitação. história oral cotidiano hospital psiquiátrico são pedro de porto alegre. memória tratamento psiquiatrico sanatorios

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