Logos e homologein em Heráclito: linguagem e dimensão de mistério do ser a partir da leitura de Martin Heidegger

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Essa pesquisa tem como objetivo analisar a interpretação de Heidegger (1889-1976) de Heráclito de Éfeso (540 470 a.C). Essa interpretação postula uma relação inextricável entre o lógos humano e o lógos originário. Em seu trabalho, Heidegger compreende o lógos como o fomento da experiência humana elementar do pensamento. Desse modo, Heidegger se opõe à tradição da lógica tradicional e à interpretação cristã (oriunda de matizes da metafísica grega), que o sobreleva como ente supremo , como verbo divino, o filho encarnado de Deus. Na interpretação de Heidegger dos fragmentos de Heráclito, o lógos não é um ente supremo e nem sequer um ente , mas a própria recolha (Versammlung) de tudo o que é, que conecta tudo o que é, em sua unidade (o ente em seu sendo). O lógos humano e o lógos originário se pertencem mutuamente. Essa co-pertença (zusammengehören) ocorre no homologéin, a correspondência do lógos humano ao lógos. O homologéin se ofere em uma modalidade de presença que se traduz a partir do jogo da essência da alétheiacom a essência da verdade do ser. A partir do vislumbre desse jogo, a articulação entre os termos lógos, panton kekorismenon e gnóme theia permite pensar o dar-se do lógos como a-se-pensar e a-se-saber, como experiência do caminho de preparo da verdade do ser ao pensamento humano no homologéin. Essa experiência aproxima o homem da instância do pensamento enquanto abertura ao mistério, ou seja, do ser em sua verdade: em sua recusa ou retração

ASSUNTO(S)

teologia mistério ser homologéin lógos homologéin lógos être mystère

Documentos Relacionados