La Terre: paradoxes of a critical approval / La Terre: paradoxos de uma recepção crítica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A publicação de La Terre, em 1887, provoca, na França, uma avalanche de ataques a Zola e ao Naturalismo. O romance, que dá continuidade à saga dos Rougon-Macquart, aborda não apenas a vida do campo e dos camponeses mas também questões sociais ligadas à realidade agrícola do país no final do século XIX. Ao ser lançado em capítulos, o romance é objeto de severas críticas, como o Manifesto dos Cinco, que ataca violentamente a obra e acusa o autor de obscenidade doentia. Críticos de renome como Anatole France e Brunetière também priorizam a dimensão moral em sua avaliação do romance e deploram o que qualificam de crueza naturalista. A crítica francesa utiliza o romance La Terre para decretar a bancarrota do Naturalismo . No Brasil, o prestígio de Zola e do Naturalismo encontra-se em momento de ascensão como parte do movimento mais amplo de adoção dos moldes literários franceses como recurso para consolidar a independência cultural em relação à literatura portuguesa. Romero, Veríssimo e Araripe Jr. se valem repetidamente do autor francês para discutir seus projetos para a literatura nacional. Araripe Jr. - que por certo período havia se afastado de Zola imputandolhe um pessimismo inadequado ao Brasil encontra, em La Terre, tema para trazer novamente Zola para o centro de suas reflexões. O presente trabalho busca refletir sobre o sentido dessa recepção diversa de La Terre na França e no Brasil, examinando o modo como Araripe Jr. transforma o romance em argumento para discutir questões relativas à formação da literatura brasileira.

ASSUNTO(S)

formação da literatura brasileira literary criticism emile zola crítica literária formation of brazilian literature naturalism naturalismo french literature - criticism tristão de alencar araripe júnior literatura francesa - crítica tristão de alencar araripe júnior emile zola

Documentos Relacionados