Intervenção coronária percutânea pela via radial: incorporação da técnica e resultados de um centro de formação em cardiologia intervencionista
AUTOR(ES)
Aguiar Filho, Gentil Barreira de, Siqueira, Dimytri A., Chaves, Áurea J., Coelho, Felipe M., Costa Jr, J. Ribamar, Veloso, Mateus, Ohe, Louis N., Costa, Ricardo A., Chamié, Daniel, Staico, Rodolfo, Braga, Sergio, Feres, Fausto, Abizaid, Alexandre, Sousa, Amanda G. M. R., Sousa, J. Eduardo
FONTE
Rev. Bras. Cardiol. Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: A via radial evoluiu na última década para uma abordagem versátil, mostrando resultados equivalentes ou superiores aos da via femoral. Avaliamos a incorporação da técnica radial em um centro formador de cardiologistas intervencionistas, e comparamos seus resultados aos da técnica femoral. MÉTODOS: Estudo observacional, unicêntrico, que incluiu pacientes consecutivos submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) entre 2007 e 2011. A via de acesso foi escolhida pelo residente, em conjunto com o intervencionista responsável pela ICP. Comparamos o desfecho combinado de óbito, infarto do miocárdio (IM) periprocedimento, acidente vascular cerebral isquêmico ou sangramentos maiores entre os dois grupos na fase hospitalar. RESULTADOS: Foram submetidos a ICP 5.545 pacientes, 29,8% pela via radial e 70,2% pela via femoral. A média de idade foi de 60,8 ± 11,7 anos, sendo 68,9% do sexo masculino e 29% portadores de síndromes coronárias agudas. Houve aumento do uso da via radial até 2010, e estabilização no ano subsequente (11,8% em 2008, 26,1% em 2009, 45,1% em 2010 e 42,6% em 2011). Os pacientes que utilizaram a via radial tinham perfil tanto clínico como angiográfico menos complexo. Não houve diferenças nos desfechos combinados (5% vs. 5,9%; P = 0,18), no óbito (0,1% vs. 0,8%; P = 0,71), no acidente vascular cerebral (0,06% vs. 0,03%; P = 0,53) ou no IM periprocedimento (4,5% vs. 3,8%; P = 0,27). Contudo, menor incidência de sangramentos maiores (0,4% vs. 1,3%; P < 0,01) e de complicações vasculares (0,5% vs. 2,2%; P < 0,01) foi observada com a via radial. CONCLUSÕES: Em nosso centro formador de cardiologistas intervencionistas, a ICP pela via radial foi rapidamente incorporada, e trouxe, para pacientes selecionados, resultados equivalentes aos da via femoral, com redução dos índices de sangramentos maiores e de complicações vasculares.
ASSUNTO(S)
angioplastia stents artéria radial artéria femoral hemorragia
Documentos Relacionados
- DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA E DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEMODINÂMICA E CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA SOBRE INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA
- Comparação da intervenção coronária percutânea por via radial em pacientes com doença arterial coronária estável e instável
- Comparação dos Resultados da Intervenção Coronária Percutânea por Via Radial na Síndrome Coronariana Aguda Entre Mulheres e Homens
- Os bons resultados angiográficos da intervenção coronária percutânea dependem de uma boa técnica e de um bom stent
- Resultados hospitalares da intervenção coronária percutânea em diabéticos