Interrupção medica da gestação de fetos com anomalias letais
AUTOR(ES)
Luciana Vivas Silva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
INTRODUÇÃO: O serviço de Medicina Fetal do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) adotou a Interrupção Médica da Gestação (IMG), mediante autorização judicial, desde 1994. Os primeiros casos de IMG tiveram parto induzido com o feto vivo. Com a adoção do feticídio a partir de 2001, todos os casos passaram a ser assim tratados. OBJETIVOS: Avaliar comparativamente as mulheres que realizaram Interrupção Médica da Gestação com e sem feticídio, quanto às características gerais e a evolução clínica. SUJEITOS E MÉTODOS: Foi realizada uma investigação operacional avaliando comparativamente 146 mulheres de diversas idades gestacionais, acompanhadas no Ambulatório de Medicina Fetal do CAISM-Unicamp desde julho de 1994 a janeiro de 2006, que tiveram diagnóstico ultra-sonográfico ou genético de anomalia fetal incompatível com a vida pós-natal e optaram pela interrupção da gestação mediante autorização judicial. Os grupos I (mulheres submetidas ao feticídio; n= 82) e II (mulheres com indução de parto com feto vivo; n= 64) foram comparados em relação às características gerais (idade materna, paridade, estado civil, escolaridade e idade gestacional ao parto) e aos aspectos clínicos (tempo e tipo de indução de parto, procedimentos obstétrico-cirúrgicos realizados e complicações). RESULTADOS: Os grupos foram semelhantes em relação a todas as variáveis estudadas, exceto escolaridade, idade gestacional ao parto e procedimentos obstétrico-cirúrgicos, sendo a escolaridade maior no grupo de feticídio (p<0,0001), a idade gestacional ao parto, menor (p= 0, 02) e o número de procedimentos obstétrico-cirúrgicos maior neste grupo (p= 0,01). O tempo de indução de parto e as complicações ocorridas também foram semelhantes para os dois grupos estudados. CONCLUSÃO: A realização do feticídio não altera a evolução clínica das mulheres submetidas à Interrupção Médica da Gestação, podendo ser aplicada nos casos de doença fetal incompatível com a sobrevida perinatal, sem riscos à saúde materna
ASSUNTO(S)
diagnostico pre-natal abortion obstetric therapeutic gravidez - complicações fetal death morte fetal trabalho de parto aborto - legislação labor aborto terapeutico
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000393348Documentos Relacionados
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