Início e fim de tratamento de pacientes que abandonaram a psicoterapia psicanalítica

AUTOR(ES)
FONTE

Trends Psychiatry Psychother.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013

RESUMO

Introdução: Embora se espere que pacientes e terapeuta concordem sobre o momento da alta ou fim do tratamento, a interrupção por conta própria do paciente é bem comum. O objetivo deste estudo é compreender melhor o abandono de tratamento em psicoterapia psicanalítica (PP). Método: Entrevistas foram conduzidas no início e após o tratamento com seis mulheres adultas classificadas por seus terapeutas como tendo abandonado o tratamento em uma clínica de PP. Os resultados foram analisados utilizando-se o método de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: A análise de conteúdo deu origem a cinco categorias (razões para o tratamento, objetivos, disposição para mudar, tratamento prévio, transferência) nas entrevistas iniciais e três categorias (processo de mudança, resultados, interrupção) nas entrevistas pós-tratamento. Objetivos terapêuticos obscuros, pouca disposição para mudar, sinais de transferência negativa e resistência, e o não reconhecimento da própria participação nos problemas surgiram nas entrevistas iniciais. Na maioria dos casos, a avaliação da paciente sobre a relação terapêutica não foi determinante para o abandono. Ganhos terapêuticos, insatisfação e resistência durante o processo psicoterapêutico pareceram estar associados com a não aderência. Conclusões: As decisões de iniciar, continuar ou interromper a PP dependem de múltiplos fatores, como objetivos iniciais, disposição para mudar, capacidade de insight, consciência de problemas pessoais, resistência e transferência. No entanto, esses fatores devem ser considerados em vista das limitações metodológicas deste estudo. Mais investigações com foco no abandono da PP são necessários.

ASSUNTO(S)

abandono de tratamento psicoterapia psicanalítica pesquisa qualitativa serviços de saúde mental

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