Influência do estado de conservação de fragmentos florestais na estrutura de populações de espécies arbóreas de diferentes estratos verticais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/06/2011

RESUMO

A estrutura de populações representa uma síntese da história de vida dos indivíduos de populações arbóreas, e influencia na capacidade competitiva, de sobrevivência, de colonização e reprodutiva. Foram determinadas as relações alométricas de altura e diâmetro e as estruturas de tamanho e espacial de populações arbóreas de espécies de subosque (Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg., Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger, Lanj. &Wess. Boer, e Inga marginata Willd.) e de dossel/emergente (Campomanesia xanthocarpa O. Berg., Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. e Cabralea canjerana (Vell.) Mart.) em áreas com e sem histórico de exploração de madeira. O Parque Estadual Mata São Francisco (23º 15’ S e 50º 45’ W), sofreu corte seletivo de madeira no passado e o Parque Estadual Mata dos Godoy (23º 27’ S e 51º 15’ W) não possui histórico de exploração, considerado em ótimas condições de preservação. Foram demarcadas 60 parcelas contínuas (áreas amostrais) de 100 m2 (10 m x 10 m), subdivididas em 240 subparcelas de 25 m2 (5 m x 5 m), sendo que 120 subparcelas foram alocadas em cada uma das áreas de estudo. Utilizou-se o ANCOVA para testar possíveis diferenças nas relações alométricas entre diâmetro e altura entre as populações das diferentes áreas. Para avaliar a simetria das distribuições de tamanho foi usado o coeficiente de assimetria (skewness), e o teste de Kolmogorov-Smirnov para comparar as estrutura de tamanho entre áreas e entre espécies. A distribuição espacial foi avaliada pelo coeficiente de autocorrelação de Moran (I). Observaram-se diferenças nas relações alométricas, distribuição das classes de tamanho e padrão espacial entre áreas, indicando que os impactos sofridos pela exploração de madeira alteraram a estrutura populacional de algumas espécies. Além disso, os resultados sugerem que o processo de regeneração florestal está ocorrendo, evidenciado pelos indivíduos das espécies de dossel C. xanthocarpa e C. canjerana, que apresentam arquitetura igual entre a área explorada e preservada e pelo grande número de indivíduos regenerantes da maioria das espécies, distribuídos por toda a extensão das áreas amostrais. Mesmo as espécies que possuem madeira com alto valor econômico, que foram alvos diretos da exploração e tem um déficit de indivíduos nas maiores classes de tamanho, possuem regenerantes na maioria das parcelas da área explorada, mesmo que em menor quantidade, indicando que os propágulos estão chegando a essa área. As espécies de subosque ocupam com maior densidade toda a extensão das áreas amostrais e possuem a arquitetura explicada pelo modelo de similaridade geométrica nas duas áreas, com exceção da população de I. marginata que se comportou diferente das demais na área explorada. Os dois grupos de espécies apresentam o mesmo padrão de crescimento quando se desenvolvem sob o dossel sombreado da floresta, só é possível uma diferenciação mais clara na arquitetura entre grupos quando incluídos os indivíduos mais altos de dossel, que possuem maior investimento em espessura. As espécies de dossel/emergente diretamente exploradas (A. polyneuron e C. canjerana) se regeneram, ainda sem ocupar o dossel efetivamente como ocupam na área preservada, enquanto C. xanthocarpa se desenvolve bem em ambas as áreas. Aspectos populacionais, como as relações alométricas e as estruturas de tamanho e espacial se mostraram importantes na avaliação dos efeitos do distúrbio sobre as populações e dos processos de regeneração da floresta.

ASSUNTO(S)

ecologia florestal florestas - conservação florestas - regeneração ecologia vegetal ecologia de restauração forest ecology conservation of forests plant ecology restoration ecology

Documentos Relacionados