Características fotossintéticas, nutricionais e hídricas de espécies arbóreas em diferentes estratos florestais de uma floresta primária do alto Rio Negro

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/10/2009

RESUMO

É fato corrente na literatura científica mundial que florestas tropicais são importantes para a manutenção do clima regional e, até global. No contexto das mudanças climáticas, conhecer a dinâmica das trocas gasosas nos estratos inferiores da floresta é de grande importância para entender as modificações na participação do carbono nos diferentes ambientes florestais e suas contribuições para a interação entre floresta e clima. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo investigar as trocas gasosas entre planta e atmosfera em diferentes estratos florestais. Para tanto, foram selecionadas e georreferenciadas seis espécies arbóreas de uma floresta primária no alto Rio Negro no sítio experimental do Projeto de Monitoramento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia LBA dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina, no município de São Gabriel da Cachoeira, ao noroeste do estado do Amazonas, distante 860 km de Manaus (0 12 44 N e 66 45 53 W). As espécies estudadas foram Nephelium litchi e Lecythis idatimon do dossel, Conceveiba guianensis e Protium macrophylum do sub-dossel e Bocageopsis multiflora e Irynthera elliptica do subbosque. Dados climatológicos foram obtidos a partir da torre de observação do Projeto LBA já instalada no local. Os indivíduos estudados estavam situados em raio de 200 m ao redor da torre. No que diz respeito às variáveis fisiológicas estudadas, foram avaliadas: a área foliar específica (AFE), o potencial de água na folha (ΨW), as trocas gasosas, os teores de nutrientes foliares, o índice de conteúdo de clorofilas (ICC) e as características da fluorescência da clorofila a. Os resultados demonstraram que N. Litchi (dossel) apresentou a maior taxa de fotossíntese. Contudo L. Idatimon, também de dossel não apresentou diferença em relação aos demais estratos, com os quais as variáveis de trocas gasosas foram bastante homogêneas. As espécies estudadas não diferiram quanto à eficiência no uso da água, sugerindo não haver limitação deste recurso no sistema solo-planta-atmosfera. Quanto ao uso dos nutrientes, destaca-se a maior eficiência de N. Litchi. No que diz respeito ao ICC, os maiores valores foram exibidos pelas espécies do sub-bosque. Quanto aos transientes da fluorescência da clorofila a, os resultados demontraram que as espécies de sub-bosque são mais eficientes no que diz respeito à captura de energia luminosa. Por outro lado, a eficiência das espécies dos estratos superiores é maior. O PIABS demonstrou ser melhor parâmetro para avaliar o desempenho das espécies quanto a utilização de luz, e demonstrou que não apenas as duas espécies do dossel, mas também I. elliptica, do sub-bosque, tiveram alta eficiência fotoquímica. Adicionalmente, não foram observados sinais de fotoinibição em nehuma das espécies estudadas, nem evidências de menor capacidade fotossintética nas espécies dos estratos inferiores. Portanto, nas condições do sítio florestal estudado, sugere-se que os diferentes estratos florestais exibiram contribuição homogênea para as trocas gasosas na interface planta-atmosfera.

ASSUNTO(S)

ecofisiologia vegetal fotossíntese troca gasosa em plantas fluorescência de clorofila recursos florestais e engenharia florestal

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