Incorporação, a introjeção impossível: um estudo psicanalítico sobre o luto
AUTOR(ES)
Marcia Coutinho de Carvalho
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
26/11/2003
RESUMO
Este trabalho de dissertação trata do luto por meio de uma abordagem psicanalítica. Na introdução, procurei esclarecer algumas premissas teóricas e conceituais que guiaram a feitura deste estudo, contrapondo o trabalho de luto, ou luto normal, à doença do luto, entendida enquanto luto patológico ou melancólico, e suas semelhanças com o adoecimento na melancolia. Busquei situar no Capítulo I, o contexto histórico da recusa do luto na modernidade. Para tal ilustrei esta parte do trabalho de pesquisa com considerações a respeito do conto A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa, e também sobre os filmes Sob a areia e O quarto do filho. O Capítulo II se baseou no trabalho de investigação metapsicológica do luto na teoria freudiana, por meio das problemáticas da identificação, da culpa, do narcisismo e o que pode envolver o complexo edípico. O núcleo deste estudo é o redimensionamento da questão narcísica no trabalho de luto e seu papel na introjeção, resultado do luto bem sucedido, que aplaca o ódio pelo objeto e que se assemelha quando se resolve, à liberação do sujeito na dissolução do complexo de Edipo, conflito central na psique humana, centro do trabalho psicanalítico. Em seguida, o enfoque deste estudo se deu a partir da compreensão do fenômeno da incorporação conforme descrito por Nicolas Abraham e Maria Torok, enquanto fruto da identificação melancólica, mecanismo fantasmático de tentativa de representação do trauma sofrido pelo sujeito quando da perda de seu objeto de amor e ódio. Para isto procurei examinar, a partir do conceito de introjeção na obra de Ferenczi, a metapsicologia freudiana do luto e da melancolia, buscando um melhor entendimento do fenômeno da incorporação. A segunda parte deste trabalho se completou com o estudo da problemática das pulasses, procurando compreende-la como uma questão clínica diretamente ligada ao conflito psíquico e à possível intervenção psicanalítica. Para tal, foi fundamental compor o Capítulo III deste estudo, com as abordagens que dão a questão da perda e do luto, autores contemporâneos como André Green, Pierre Fédida e Jean Allouch. Para finalizar, fiz uma série de observações acerca da ambivalência na dinâmica transferencial da clínica psicanalítica do luto patológico, apresentando o relato de um caso clínico
ASSUNTO(S)
psicologia questao narcisica luto -- aspectos psicologicos
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