Impacto do tratamento da vaginose bacteriana sobre a prematuridade em grávidas brasileiras: um estudo tipo coorte retrospectivo
AUTOR(ES)
Camargo, Rodrigo Pauperio Soares de, Simões, José Antonio, Cecatti, José Guilherme, Alves, Valéria Moraes Nader, Faro, Sebastian
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-05
RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO: A vaginose bacteriana vem sendo apontada como fator de risco para prematuridade e outras complicações perinatais. Entretanto, a eficácia do seu tratamento na prevenção destas complicações ainda não está esclarecida. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do tratamento da vaginose bacteriana durante o pré-natal de baixo risco para a prevenção de prematuridade e outras complicações perinatais. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Coorte retrospectivo observacional, no Departamento de Tocoginecologia, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). MÉTODOS: Foram estudadas 785 gestantes de baixo risco com resultado da bacterioscopia de secreção vaginal. Foram identificados três grupos de mulheres: 580 sem vaginose bacteriana durante a gestação, 134 com vaginose bacteriana tratada com imidazólicos (metronidazol, tinidazol, ou secnidazol) durante a gestação, e 71 com vaginose bacteriana não tratada durante a gestação. O diagnóstico de vaginose bacteriana foi realizado utilizando os critérios de Nugent na bacterioscopia vaginal da primeira consulta. RESULTADOS: O parto prematuro ocorreu em 5,5% do grupo de mulheres sem vaginose bacteriana, 22,5% do grupo com vaginose bacteriana não tratada, e 3,7% do grupo com vaginose bacteriana tratada. A razão de risco para as complicações perinatais no grupo com vaginose bacteriana não tratada durante a gestação foi: 7,5 (intervalo de confiança, IC, de 95%: 1,9-34,9) para rotura prematura de membranas no pré-termo, 3,4 (IC de 95%: 1,4-8,1) para trabalho de parto prematuro, 6,0 (IC de 95%: 1,9-19,7) para parto prematuro e 4,2 (IC de 95%: 1,2-14,3) para baixo peso ao nascer. CONCLUSÃO: O tratamento da vaginose bacteriana reduziu significativamente os índices de prematuridade e outras complicações perinatais entre as gestantes de baixo risco, independentemente da história prévia de parto prematuro.
ASSUNTO(S)
vaginose bacteriana gravidez prematuro assistência perinatal complicações na gravidez
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