Evolução estratigráfica dos depósitos fluviais e deltaicos das formações Serraria e Feliz Deserto da seção jurássico superior-neocomiano da Bacia de Sergipe-Alagoas, propriá-se
AUTOR(ES)
Cunha, Thiago Rosa da
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
A Bacia de Sergipe-Alagoas é caracterizada por registrar as diferentes fases de fragmentação do Gondwana, apresentando-se com uma história evolutiva bastante complexa. Apesar de ser uma bacia bastante estudada, existem muitas dúvidas e divergências quanto ao arcabouço tectono-sedimentar e aos modelos referentes aos depósitos que representam o início da fase rifte. Este trabalho tem como objetivo o estudo sedimentológico e estratigráfico dos depósitos fluviais e deltaicos das Formações Serraria (topo) e Feliz Deserto, e contextualização dessas unidades dentro do cenário evolutivo do rifteamento. A partir do levantamento de perfis colunares, elaboração de fotomosaicos e a análise de paleocorrentes, foi possível a individualização de quatro associações de fácies para o intervalo estudado: a associação de fácies de canais fluviais entrelaçados, que marca o topo da Formação Serraria; e as associações de fácies de prodelta, de frente deltaica e de planície deltaica pertencentes à Formação Feliz Deserto. Os depósitos fluviais do topo da Formação Serraria apresentam uma paleocorrente consistente para SSE, enquanto os depósitos deltaicos da Formação Feliz Deserto apresentam uma distribuição polimodal de paleocorrentes. A análise e a integração desse conjunto de dados permitiram a construção de modelos paleogeográficos, que auxiliaram no entendimento da evolução da bacia. A pequena espessura, a distribuição unimodal de paleocorrente e a arquitetura deposicional caracterizada por corpos de canais entrelaçados amalgamados, sugerem que a Formação Serraria foi acumulada em um contexto de baixa taxa de criação de espaço de acomodação (baixas razões A/S), associado a uma bacia rasa e ampla. Por sua vez, a grande espessura, a distribuição polimodal da paleocorrente e o predomínio de depósitos lacustres relativamente profundos, indicam que a Formação Feliz Deserto foi acumulada em um contexto de alta taxa de criação de espaço de acomodação (altas razões A/S), possivelmente dentro de sistemas de meio-grábens. Isso permite a interpretação da Formação Serraria como pertencente à fase inicial do rifte (sensu Morley, 2002), e a Formação Feliz Deserto como pertencente ao início da fase de maior subsidência mecânica da bacia (fase inicial do meio-gráben sensu Morley, 2002).
ASSUNTO(S)
sergipe-alagoas, bacia de (se e al) estratigrafia formacao serraria formação feliz deserto
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/28600Documentos Relacionados
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