Estudo do potencial antitumoral do óleo essencial das folhas de Lippia microphylla Cham. (Verbenaceae) e sua toxicidade

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O câncer é uma doença genética complexa que constitui um importante problema de saúde pública em todo mundo sendo responsável por cerca de sete milhões de óbitos a cada ano. Muitos dos fármacos antineoplásicos utilizados atualmente na clínica médica foram isolados de espécies vegetais ou são baseados em protótipos isolados das mesmas. Porém, agentes antineoplásicos, naturais ou sintéticos, podem ocasionar sérios danos ao organismo, o que justifica a necessidade de avaliação de sua toxicidade. Lippia microphylla é uma planta conhecida popularmente como alecrim-de-tabuleiro e é pouco relatada na literatura. Existem vários relatos de constituintes isolados de espécies desse gênero que apresentam atividade antitumoral, o que despertou o interesse para a investigação de uma possível atividade antitumoral de Lippia microphylla. Adicionalmente, óleos essenciais isolados de diferentes espécies, são conhecidos por apresentarem diferentes atividade biológicas, dentre elas atividade antitumoral. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antitumoral e toxicidade do óleo essencial das folhas de L. microphylla (O.E.L.), através de ensaios in vitro e in vivo. Inicialmente foi avaliada a atividade antitumoral in vitro frente células das linhagens sarcoma 180 e K562. Os valores de CI50 obtidos foram de 100,1 μg/mL e 60,05 μg/mL para as duas linhagens, respectivamente. A investigação do mecanismo de citotoxicidade (via intrínseca da apoptose e envolvimento de estresse oxidativo) por meio da suplementação do meio de cultura com ciclosporina A (um inibidor do poro de transição de permeabilidade mitocondrial) e os antioxidantes glutationa e N-acetilcisteína resultou em CI50 de 118,3 μg/mL, 107,3 μg/mL e 109,2 μg/mL para a linhagem sarcoma 180, respectivamente, e 51,94 μg/mL, 55,49 μg/mL e 94,18 μg/mL para a linhagem K562, respectivamente. O valor de CH50 obtido no experimento de citotoxicidade frente eritrócitos de camundongos foi 300,2 μg/mL. Na avaliação da atividade antitumoral in vivo as taxas de inibição do crescimento tumoral foram de 38,2 % e 59,8 % para a dose de 50 mg/kg e 100 mg/kg do O.E.L., respectivamente. As análises toxicológicas demonstraram leve toxicidade gastrointestinal e hematológica, e alteração significativa na função hepática, evidenciada por aumento de AST e ALT, e corroborada com a análise histopatológica, para ambos os grupos tratados com o O.E.L. No entanto, as alterações são consideradas reversíveis e não substanciais quando comparados àquelas produzidas por diversos antineoplásicos largamente utilizados na clínica médica. Portanto, é possível inferir que o O.E.L. apresenta atividade antitumoral in vitro e in vivo com moderada toxicidade, o que não representa um fator limitante para sua aplicabilidade terapêutica.

ASSUNTO(S)

lippia microphylla atividade antitumoral toxicidade Óleo essencial farmacologia lippia microphylla antitumor activity toxicity essential oil

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