Estudo da incidencia de aflatoxinas em amendoim (Arachis hypogaea L.) milho (Zea mays L.) e produtos derivados

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1984

RESUMO

Foram comparados vários métodos oficiais de triagem e quantificação de aflatoxinas para amendoim, milho e produtos derivados com a finalidade de encontrar um método confiável, de baixo custo, apropriado para as condições laboratoriais brasileiras. 0 método de triagem e quantificação de Romer mostrou-se superior em todos os aspectos, ou seja, precisão, exatidão, sensibilidade e rapidez. Utilizando o método escolhido, foi realizada uma avaliação da incidência de aflatoxinas em amendoim, milho e seus produtos comercializados na região de Campinas de 1980 a 1982. De 241 amostras de amendoim, 128 apresentaram resultado positivo, das quais 92 continham teores acima do limite de tolerância permitida pela legislação brasileira. Paçoca, amendoim japonês, amendoim crú sem casca e amendoim frito salgado foram os produ¬tos que apresentaram maior contaminação. Por outro lado, de 83 amostras de milho coletadas durante o ano de 1982 somente 2 apresentaram aflatoxinas com valores de apenas 14 e 18 ppb. Com o objetivo de verificar a possível produção de aflatoxinas sob condições normais de armazenamento, produtos de amendoim foram preparados a partir de amendoim já contaminado (teores iniciais médios de 48 ppb de B1 e 24 ppb de G1) e amendoim isento de aflatoxinas. Os produtos foram embalados era sacos plásticos e armazenados a temperatura ambiente na presença e ausência de luz. Foi utilizado amendoim crú caro controle. Não se detectou aflatoxinas em quaisquer amostras de amendoim crú e produtos provenientes de amendoim isento de aflatoxinas durante todo o período de estocagem {270 dias). Nas amostras de produtos preparados de amendoim contaminado, ocorreu elevação significativa dos teores de aflatoxinas B1 e nos produtos estocados ao abrigo da luz, ao passo que pouca ou nenhuma mudança foi constatada nos produtos estocados ã luz ambiente. Das amostras estocadas em ausência de luz, os amendoins crus (atingindo 302 ppb de e 251 ppb de G1) e amendoim doce (atingindo 394 ppb de e 190 ppb de G1) foram os que apresentaram o maior aumento de toxinas. Uma vez que o tratamento dos produtos foi suficiente para eliminar os fungos e seus esporos, a elevação dos teores de aflatoxinas se verificou aparentemente devido a uma nova invasão das sementes pelos fungos produtores de aflatoxinas apos processam mento. A possível presença de aflatoxinas em quatro cultivares de milho (Cubano, Maya Normal, Maya Opaco e Nutrimaiz) foi verificada em três estádios de maturação (verde pastoso e seco). Para cada cultivar, em cada estádio foi coletado 200 espigas, em amostras estratificadas dos lotes, isolados cultivados na área experimental do Departamento de Genética e Evolução, na UNICAMP. Não foram detectadas aflatoxinas em nenhuma das amostras. No estudo in vitro, os grãos das quatro cultivares no estádio seco foram inoculados com Aspergíllus parasiticus e incubados em umidade relativa de 81 e 90% â temperatura de 30°C. O crescimento de fungos tornou-se visível somente após 40 dias de incubação. Neste período, a cultivar Maya Normal não apresentou aflatoxinas nas duas condições de umidade relativa. As outras três cultivares apresentaram contaminação, sendo os níveis de aflatoxinas maiores para a umidade mais alta. As cult¬vares Nutrimaiz e Maya Opaco, ambas com qualidade superior de proteínas, demonstraram maior produção de aflatoxinas

ASSUNTO(S)

amendoim milho aflatoxina

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