Estruturas de governança na cadeia produtiva de cafés gourmet : o caso dos produtores da Alta Mogiana / Governance structures in the gourmet coffees productive chain : the case of Alta Mogiana s growers

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/02/2012

RESUMO

O consumo crescente de cafés de melhor qualidade no Brasil e no mundo, assim como a busca de maior rentabilidade e proteção no segmento rural vêm estimulando a diferenciação do café commodity. Essa diferenciação é realizada por meio de investimentos específicos na produção, os quais geram quase-rendas. No entanto, mesmo cafeicultores que venceram concursos de qualidade encontram dificuldades em comercializar o café gourmet a um preço diferenciado, não se apropriando, portanto, das quase-rendas geradas. Com base na Economia dos Custos de Transação, pode-se asseverar que a apropriação dessas quase-rendas depende de fatores institucionais que caracterizam a relação produtor - indústria - consumidores. Para avaliar quais seriam as estruturas de governança redutoras de custos de transação e que permitiriam apropriação de quase-rendas pelo segmento rural, optou-se por realizar estudo de caso dos produtores da região da Alta Mogiana. Foram entrevistados cinco produtores cooperados de porte pequeno e médio, a cooperativa local e um grande produtor. Partiu-se da hipótese de que a integração vertical seria a estrutura mais adequada à produção gourmet. Para os grandes produtores, essa seria uma estratégia viável, dado o nível de capitalização. Contudo, os pequenos e médios produtores teriam de adotar a coordenação horizontal (cooperativa) a fim de possibilitar a integração vertical e apropriação de uma marca, bem como facilitar a obtenção de contratos de comercialização de cafés gourmet com outras torrefadoras. De ambas as formas, os pequenos e médios produtores poderiam se apropriar das quase-rendas oriundas da diferenciação. Os resultados demonstraram que para o grande produtor a estrutura verticalizada é adequada. No entanto, o sistema de cooperativa com torrefadora e marca própria de café gourmet não se apresentou como uma estrutura de governança eficiente quando os pequenos e médios produtores cooperados vendem café diferenciado diretamente à cooperativa. Por outro lado, a coordenação horizontal demonstrou ser eficiente na intermediação/ facilitação de contratos de comercialização de cafés gourmet por esses produtores com outras torrefadoras.

ASSUNTO(S)

cafés gourmet custos de transação quase-rendas governança gourmet coffees transaction costs quasi-rents governance structures

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