Estresse em casais inférteis que buscam tratamento / Stress in infertile couples seeking treatment

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/08/2011

RESUMO

Objetivo: Avaliar o estresse de homens e mulheres, membros de casais inférteis, e identificar fatores associados à sua ocorrência. Sujeitos e métodos: Estudo de corte transversal com 101 homens e 101 mulheres que realizavam primeira consulta no Ambulatório de Esterilidade da Unidade de Reprodução Humana do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas. Os participantes autorresponderam o Inventário de Problemas de Fertilidade para verificar o nível de estresse em relação aos domínios: relacionamentos sociais, vida sem filhos, relacionamento conjugal/sexual e maternidade/paternidade; e um questionário de caracterização socioeconômica e da infertilidade. Os dados foram coletados entre outubro de 2009 e março de 2010. Realizou-se análise bivariada através dos testes qui-quadrado e exato de Fisher, considerando p<0,05 significativo. Posteriormente realizou-se análise multivariada de correspondência, na qual foram incluídas as variáveis com p<0,20. Resultados: Em cada domínio avaliado foi maior a proporção de participantes com estresse alto, exceto no domínio vida sem filhos. A análise bivariada apontou associações entre o nível de estresse no domínio relacionamentos sociais e as variáveis sexo e idade; no domínio vida sem filhos as variáveis sexo, ter feito tratamento anterior para engravidar, e quem sabia da dificuldade para engravidar estiveram associadas ao nível de estresse. Sexo, qualidade do relacionamento conjugal, alguém saber da dificuldade para engravidar associaram-se ao estresse no domínio relacionamento conjugal/sexual; no domínio maternidade/paternidade associaram-se às variáveis sexo e qualidade do relacionamento conjugal. Na análise multivariada por correspondência observou-se que as variáveis que se aproximaram do estresse alto no domínio relacionamentos sociais foram: ser do sexo feminino, ter o problema para obter a gravidez, e considerar a qualidade do relacionamento conjugal regular. No domínio vida sem filhos as variáveis que se aproximaram do estresse alto foram: ser do sexo feminino, ter idade entre 18 e 24 anos, e a pessoa ter o problema para obter a gravidez. Ser do sexo masculino, considerar a adoção, não ter filhos, pais e/ou sogros e outras pessoas saberem da dificuldade para engravidar, e considerar a qualidade do relacionamento conjugal ótimo aproximaram-se do alto nível de estresse no domínio relacionamento conjugal/sexual. Para o domínio maternidade/ paternidade evidenciou-se que as variáveis ser do sexo feminino, considerar a qualidade do relacionamento conjugal regular, ter idade entre 25 e 35 anos, e praticar religião evangélica ou protestante aproximaram-se do alto nível de estresse. Conclusão: Homens e mulheres, membros de casais inférteis, apresentaram alto estresse em quase todos os domínios avaliados. A variável sexo esteve associada ao estresse mais alto em todos os domínios. Idade, quem tinha o problema para obter a gravidez, quem sabia da dificuldade para engravidar e qualidade do relacionamento conjugal estiveram associadas ao maior estresse nos vários domínios estudados. Os resultados sugerem que o apoio psicológico para casais inférteis que buscam tratamento é importante e que as intervenções psicológicas devem ser diferentes para homens e mulheres

ASSUNTO(S)

infertilidade reprodução humana estresse infertility reproduction stress

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