Estrangeirismos na área bancária na língua portuguesa do Brasil: uma investigação baseada em "corpus"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Este trabalho surgiu da polêmica levantada pelo Projeto de Lei n 1676/1999, de Aldo Rebelo, que objetiva proteger a língua portuguesa do uso de estrangeirismos, que ele considera excessivo, descaracterizando nosso idioma. A pesquisa desenvolveu-se a partir da coleta aleatória de 217 folders bancários, em displays localizados no interior de 16 bancos da cidade de São Paulo, sendo dois considerados bancos de elite e 14 bancos populares. Através da lingüística de corpus, usando o Programa Wordsmith Tools, foi levantado os estrangeirismos usados nos folders coletados, dos quais os dez de maior ocorrência são: internet, banking, site, class, card, master, plus, mail, american e net. Nos 217 folders foram utilizados 76.875 tokens, dos quais 448 (0,58%) são estrangeirismos usados nos 19 folders dos bancos de elite, enquanto que nos 198 folders dos bancos populares, o total de tokens estrangeiros é de 634 (0,82%). Assim, conclui-se que a porcentagem de estrangeirismos encontrados dentro do corpus de folders bancários é de 1,4%, isto é, de 76.875 tokens, apenas 1.082 são tokens estrangeiros. A pesquisa mostrou que os produtos oferecidos, através dos dez folders que possuem maior quantidade de estrangeirismos, tanto pelos bancos de elite quanto pelos populares são os mesmos. A análise nos corpora revelou que a respeito dos dois estrangeirismos estudados nos folders bancários: internet, na língua portuguesa do Brasil, não equivale a rede, e que site, quando usado com o sentido de lugar, equivale a sítio ou local, mas não com significado de espaço na internet. Isto se constatou através da pesquisa nas linhas de concordância e dos colocados nos corpora. Concluindo, a preocupação com o uso excessivo de estrangeirismos na língua portuguesa, pelo menos na área bancária, é infundada, pois o uso de palavras e expressões de outra língua, usadas na língua portuguesa do Brasil, cujo empréstimo deve ser de origem anglo-saxã e a grafia idêntica a do inglês, é praticamente insignificante

ASSUNTO(S)

equivalentes língua portuguesa - estrangeirismos abuso lingüística, letras e artes

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