Endgame no limite da interpretação / Endgame and the boundaries of interpretation

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/06/2011

RESUMO

Este trabalho consiste em uma leitura de Fim de Partida, de Samuel Beckett, construída a partir da hipótese de que esta peça, com o que pode ser definido como uma recusa sistemática a tudo o que lhe venha de fora, é capaz de integrar à sua própria estrutura formal os impasses gerados pelas tentativas de interpretá-la, em um movimento que paradoxalmente fortalece cada vez mais sua lógica interna à medida que a interpretação é negada. Ao longo de três capítulos, busca-se investigar as diferentes ramificações dessa ideia como forma de esboçar a posição-limite na qual a peça se encontra: no primeiro capítulo, a hipótese em questão é desenvolvida a partir da leitura de alguns objetos de Fim de Partida, e a partir disso se argumenta que os personagens se aproximam mais de seus objetos fraturados e ausentes do que de pessoas; no segundo, a condição desses personagens é desenvolvida no sentido de um confronto entre duas formas de temporalidade, a progressão e a circularidade, submetidas ao mesmo princípio de escassez que atravessa outros níveis da peça; no terceiro capítulo, a hipótese central é a de que em Endgame são colocados em questão diversos procedimentos do humor de forma altamente destrutiva, e a significação retroativa que seus destroços passam a ter adquirido nesse processo podem ser extrapolados de modo a produzir um pequeno vislumbre, de dentro da própria peça, tanto de seu estatuto de obra de arte, quanto de sua relação complexa com a tradição

ASSUNTO(S)

literatura - história e crítica - teoria etc literature

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