Emprego de um novo dispositivo intravaginal para liberação de progesterona em programa de IATF em vacas Nelore (Bos taurus indicus) / Use of an intravaginal device for releasing progesterone-based TAI program in Nelore cows (Bos taurus indicus)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A Inseminação Artificial (IA) é a biotécnica que proporciona a maior pressão de seleção no melhoramento genético de um rebanho e, portanto deveria ser imprescindível na pecuária moderna. A ineficiência na detecção de estro e a baixa ciclicidade ovariana no período pós-parto constituem um grande entrave na aplicabilidade de programas de IA. Frente a estas dificuldades, o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) vem incrementando os resultados obtidos, uma vez que elimina a necessidade de observação de estro e induz a ciclicidade de vacas em anestro pós-parto. Nos protocolos de IATF é de fundamental importância o uso dos dispositivos intravaginais para liberação de progesterona (P4). No mercado atual, estes dispositivos importados são fabricados à base de silicone, um polímero biocompatível, porém não biodegradável. Recentemente, dispositivos intravaginais de P4, incorporada à matriz polimérica biodegradável de poli-hidroxibutirato (PHB), vêm sendo estudados. Este trabalho teve como objetivo comparar a eficiência, em programa de IATF, de um novo dispositivo intravaginal (Progestar®), na taxa de prenhez, em bovinos da raça Nelore, com a do dispositivo à base de silicone, DIB®, atualmente disponível no mercado brasileiro. Foram utilizadas 240 vacas da raça Nelore, em um delineamento de blocos casualizados generalizados, divididas em dois grupos (controle - DIB® e tratamento - Progestar®, usados nos protocolos de sincronização e IATF). Foram realizados 2 experimentos distintos: no primeiro experimento utilizaram-se dispositivos de 1º uso (n=136), enquanto que no segundo experimento, dispositivos de 2º uso (n=104). As taxas de prenhez, decorrentes da IATF (TPIATF) e ao final da estação de monta (TPEM) (variáveis dependentes), foram comparadas por análise de variância, separando o efeito de tratamento, dos blocos e das interações. No experimento 1: não houve interação das variáveis com o tratamento; não houve efeito de tratamento sobre a TPIATF (DIB® - 66,7% e Progestar® - 65,8%) nem sobre a TPEM (DIB® - 95% e Progestar® - 94,7%); houve interação entre período pós-parto (PPP) e escore de condição corporal (ECC). Animais no PPP1 (45 a 70 dias) e ECC4 apresentaram resultados inferiores na TPIATF em relação aos animais ECC5 e 6; houve também interação entre PPP e escore de condição ovariana (ECO), em que animais no PPP2 (71 a 90 dias) que não estavam ciclando apresentaram resultados inferiores de TPIATF, em relação aos animais ciclando; e também não houve efeito das demais variáveis sobre a TPIATF e TPEM. No experimento 2: não houve interação das variáveis com o tratamento; não houve efeito de tratamento sobre a TPIATF (DIB® 2 - 61,6% e Progestar® 2 - 55,8%) nem sobre a TPEM (DIB® 2 - 94,2% e Progestar® 2 - 88,5%); houve interação entre categoria animal (Cat) e PPP, em que primíparas no PPP1 (32 a 55 dias) apresentaram resultados inferiores na TPEM em relação às primíparas no PPP2 (56 a 90 dias); houve também interação entre PPP e ECC, em que animais no PPP2 e com ECC4 apresentaram resultados inferiores de TPEM, em relação aos animais com ECC5; e também houve efeito negativo do PPP1 sobre a TPIATF e de um dos touros na TPEM. Após a realização do experimento concluiu-se que o Progestar® possui semelhante eficiência na taxa de prenhez, quando comparado ao DIB® e que ambos tratamentos têm potencial para proporcionar TPIATF acima de 50% e TPEM acima de 90%.

ASSUNTO(S)

intravaginal device progesterone phb tai iatf phb nelore dispositivo intravaginal nelore progesterona

Documentos Relacionados